(Belém-PA) - Seja debaixo de sol forte ou debaixo de chuva, os bancários e bancárias do Pará fortalecem a cada dia a maior greve dos últimos 20 anos da categoria. O 21º dia ficará na história do movimento no Estado, não só pela nova negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) marcada para amanhã (9), às 10h, mas também pela luta dos trabalhadores na Caixa que fecharam todo o Edifício Sede do banco em Belém.

“Mais uma vez quero parabenizar todos os bancários e bancárias do Estado que entenderam a importância desse momento para a categoria e decidiram ir à luta por melhores salários e condições de trabalho. Nossa mobilização aqui também contribuiu para que a Fenaban chamasse o Comando Nacional para uma nova negociação. Esperamos que dessa vez saia uma proposta decente para nossa categoria”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Durante o ato, funcionários e funcionárias da Caixa na Região Metropolitana de Belém se lembraram dos colegas que trabalham no interior. “Não é porque eu tenho uma comissão que não vou grevar com medo de perdê-la. A greve não é só de uma pessoa, a greve é de todos nós e o importante é sermos solidários com os outros colegas, em especial os que trabalham no interior do Pará; onde as condições de trabalho são extremamente precárias”, destaca a diretora do Sindicato e funcionária da Caixa, Tatiana Oliveira.

“Na agência da Caixa em Altamira todo mês ocorre um princípio de incêndio, nossos colegas lá trabalham no limite sempre à espera do novo prédio que só deve ser entregue em julho do ano que vem após a data prevista ser prorrogada pela terceira vez. Lá e em outros municípios paraenses nossos colegas sofrem todos os dias, e é por eles e também por nós que devemos continuar firmes nessa greve. Merecemos respeito, melhores salários e condições dignas de trabalho”, ressalta outro diretor do Sindicato também funcionário da Caixa, Heider Alberto.

Entre uma palavra de protesto e outra; música, palhaços, muito protetor solar, água, sombrinhas e barracas para amenizar o calor e também se proteger da chuva que caiu por volta das 13h na capital paraense.

Bancários do Banpará recebem a Ciriana – Também nesta quarta-feira (9), os bancários e bancárias do Banpará finalmente receberam o adiantamento parcial do 13º salário, mais conhecido como “Ciriana”, após ação movida pelo Sindicato contra o banco que atrasou o pagamento em retaliação aos bancários e bancárias que estão em greve.

Mesmo com interdito, Banco da Amazônia segue em greve – No Banco da Amazônia, a força do movimento também cresce. Todos os dias, bancários e bancárias estão na matriz do banco pressionando a direção para a retomada das mesas de negociação.

“Só vamos sair daqui quando a direção desse banco apresentar uma proposta que contemple nossas reivindicações. Temos garra e disposição de sobra para continuarmos o tempo que for necessário em busca do que é nosso por direito”, garante o diretor do Sindicato e empregado do banco, Marco Aurélio Vaz.

Seleção de clientes em Marabá – O único banco público que não aderiu à greve em Marabá, sudeste do Estado, foi a agência do Banco do Brasil Nova Marabá. Além de chamar a polícia para intimidar os grevistas, o gerente da unidade tem assediado diariamente os bancários e bancárias da agência.

“Os bancários e bancárias também estão sendo orientados pelo mesmo gestor a atender somente os clientes com alto poder aquisitivo, além de realizar atividades internas; alegando que essa é a forma mais segura de trabalhar durante a greve. A prática antissindical e preconceituosa nessa unidade é a prova de que apenas os lucros interessam, enquanto que a vida e a dignidade dos bancários, clientes e usuários ficam em segundo plano. Ceder a essas investidas é sinônimo de nunca avançar nas conquistas por melhores salários e condições de trabalho”, reforça o dirigente do Sindicato na região e funcionário do BB, João Taiguara.

Fonte: Bancários PA