(Brasília) - A greve nacional dos bancários, que mantêm mais de 90% das agências fechadas em todo o país, chegou nesta terça-feira (8) no seu 20º dia, diante da intransigência e da recusa dos banqueiros em apresentar uma proposta decente à categoria, pondo fim à paralisação.
Insuficiente, a proposta apresentada na negociação do dia 4 de outubro pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), depois de um mês em silêncio, foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários. Os bancos elevaram o índice de 6,1% para apenas 7,1% (menos de 1% de aumento real) sobre os salários.
“A mobilização no DF segue num crescente. Na sexta-feira (4), os edifícios-sede do Banco do Brasil foram fechados. Na segunda-feira (7), foi a vez dos empregados da Caixa participarem ainda mais do movimento com a paralisação de mais unidades da instituição, incluindo os edifícios Matriz I e II. Nós continuaremos em greve até que a Fenaban e os bancos negociem seriamente com a categoria”, afirma o diretor do Sindicato José Herculano, o Bala.
O Sindicato cobra também da direção do Banco do Brasil e da Caixa que negociem com seriedade as pautas específicas, e do BRB que reveja sua proposta e apresente respostas objetivas em relação ao índice.
“Os bancos lucraram mais de R$ 59 bilhões em apenas 12 meses. Diante disso, queremos a valorização da categoria com o atendimento das justas reivindicações dos bancários”, destaca Louraci Morais, secretária de Assuntos Parlamentares do Sindicato.
Solidariedade de classe
Diversas categorias manifestaram apoio à greve dos bancários, como os trabalhadores de empresas de asseio e conservação do DF; os vigilantes; os das empresas de transporte de valores; os petroleiros; e os trabalhadores dos Correios. Eles têm participado dos comitês de esclarecimento e de inúmeras atividades promovidas pelos bancários para fortalecer a luta em nome da solidariedade de classes, um dos princípios da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília