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8 de Fevereiro de 2017 às 08:06

MOBILIZAÇÃO: Ou derrotamos a reforma da Previdência ou ela nos destrói, diz sindicalista

Centrais sindicais repudiam PEC 287 e preparam ações para barrar mudanças na Previdência. Para dirigentes reunidos em debate promovido pelo Dieese, não é reforma, é desmonte


Crédito: Roberto Parizotti/CUT
Carmen, da CUT: enfrentamento tem de ser agora. 'Tem de haver batalha pesada para devolver a proposta para a gaveta'

São Paulo – No dia em que a comissão especial de reforma da Previdência deverá ser formalizada, nove centrais sindicais se reúnem para traçar estratégias para barrar a Proposta da Emenda à Constituição (PEC) 287, que por unanimidade é vista como nociva aos trabalhadores. "A reforma é parte da fatura do golpe que tivemos no nosso país", afirmou a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro. "Já levaram o pré-sal, aprovaram a PEC do teto e querem acabar com a aposentadoria. Ou nós derrotamos a reforma da Previdência ou ela destrói a classe trabalhadora", acrescentou, no início de seminário, que reunirá até amanhã (8) dirigentes e técnicos também para analisar o conteúdo da proposta.

"O enfrentamento tem de ser agora. E não dá para fazer remendo", disse Carmen. "Tem de haver uma batalha pesada para devolver essa proposta para a gaveta." No total, representantes de nove centrais participam do encontro, na sede dos Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação, mais conhecido como Sindicato dos Padeiros (UGT), na região central de São Paulo.

"O que se pretende é acabar com a Previdência pública", afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, chamando a atenção para um momento "crítico" de ofensiva conservadora. Segundo ele, a chamada progressividade, aprovada ainda na gestão Dilma, já levou em conta fatores como tempo de contribuição e expectativa de vida.

Dirigentes de algumas centrais defendem a realização de uma greve geral, enquanto outras são favoráveis a um dia nacional de paralisação, na segunda quinzena de março. Durante a primeira parte do encontro, sindicalistas lembraram que os trabalhadores na educação já aprovaram, em congresso, uma greve a partir de 15 de março. Por enquanto, está prevista uma atividade em Brasília no dia 22 do mês que vem, incluindo reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado e com líderes partidários. 

Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, questões como demografia e expectativa de vida devem ser consideradas, "mas a forma com que foi apresentada essa reforma nos preocupa profundamente". Ele citou a proposta do governo de igualar a idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres. "Enquanto não houver igualdade de oportunidades, não podemos aceitar a mesma idade."

O secretário-geral da Intersindical, Ricardo Saraiva, o Big, rejeita o termo "reforma". "Reforma é uma coisa boa, isso é desmonte da Previdência", afirmou. "Não é governo, é uma junta de golpistas que querem entregar os direitos dos trabalhadores e destruir a Constituição de 1988. Se não tivermos humildade, seremos derrotados."


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