Saldo de Empregos no Setor Bancário
Janeiro a julho de 2017
Analise do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho
Nos primeiros sete meses de 2017, já foram fechados 10.680 postos de emprego bancário em todo o país. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram os estados com maior incidência de saldos negativos. Planos de desligamento lançados por grandes Instituições Financeiras têm forte impacto no emprego. Registrou-se saldo positivo apenas em julho, quando foram gerados 72 novos postos no setor.
Entre janeiro e julho de 2017, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, os bancos fecharam 10.680 postos de trabalho no país. O Gráfico 1 revela o comportamento mensal do saldo do emprego nos bancos. Em julho de 2017, registrou-se saldo positivo em 72 postos no setor bancário, após dezessete meses consecutivos de saldos negativos.
GRÁFICO 1
Saldo do Emprego Bancário
Brasil – janeiro/2016 a julho/2017
FONTE: MTE/SPPE/DES/CGET - CAGED LEI 4.923/65
ELABORAÇÃO: DIEESE - REDE BANCÁRIOS
Nenhum estado apresentou saldo positivo de emprego bancário entre janeiro e julho de 2017. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram os estados mais impactados pelos cortes, com fechamento de 2.725, 1.458 e 1.165 postos, respectivamente, conforme demonstra o Gráfico 2.
GRÁFICO 2
Saldo do Emprego Bancário por UF
Brasil - janeiro e julho de 2017
FONTE: MTE/SPPE/DES/CGET - CAGED LEI 4.923/65 ELABORAÇÃO: DIEESE - REDE BANCÁRIOS |
A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 5.857 postos. A Caixa Econômica foi responsável pelo fechamento de 4.543 postos.
TABELA 1
Saldo do Emprego Bancário por CNAE
Brasil - janeiro e julho de 2017
|
Admitidos |
Desligados |
Saldo |
Diferença da Rem. Média (%) |
||||
Nº de trab. |
Part. (%) |
Rem. Média |
Nº de trab. |
Part. (%) |
Rem. Média |
|||
Bancos Comerciais |
187 |
1,4% |
4.890,00 |
291 |
1,2% |
5.248,00 |
-104 |
93,2% |
Bancos Múltiplos, com Carteira Comercial |
12.247 |
93,9% |
4.312,00 |
18.104 |
76,3% |
6.967,00 |
-5.857 |
61,9% |
Caixas Econômicas |
238 |
1,8% |
3.112,00 |
4.781 |
20,2% |
8.827,00 |
-4.543 |
35,3% |
Bancos Múltiplos, sem Carteira Comercial |
301 |
2,3% |
5.480,00 |
480 |
2,0% |
6.496,00 |
-179 |
84,4% |
Bancos de Investimento |
67 |
0,5% |
5.892,00 |
64 |
0,3% |
14.593,00 |
3 |
40,4% |
Total |
13.040 |
100,0% |
4.334,00 |
23.720 |
100,0% |
7.332,00 |
-10.680 |
59,1% |
FONTE: MTE/SPPE/DES/CGET - CAGED LEI 4.923/65
ELABORAÇÃO: DIEESE - REDE BANCÁRIOS
Faixa Etária
Os bancários admitidos no período concentraram-se na faixa etária até 39 anos de idade. Os desligamentos concentraram-se nas faixas etárias superiores a 25 anos e, especialmente, entre 50 a 64 anos, com fechamento de 7.903 postos de trabalho. Os saldos são positivos apenas para as faixas de idade até 24 anos, conforme demonstra a Tabela 2.
TABELA 2
Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego e diferença de remuneração média por faixa etária
Brasil - janeiro e julho de 2017
Faixa Etária |
Admitidos |
Desligados |
Saldo |
Diferença da Rem. Média (%) |
||||
Nº de trabalhadores |
Part. (%) |
Rem. Média |
Nº de trabalhadores |
Part. (%) |
Rem. Média |
|||
Até 17 anos |
103 |
0,8% |
681,44 |
41 |
0,2% |
717,39 |
62 |
95,0% |
18 a 24 anos |
5659 |
43,4% |
2.661,15 |
1.767 |
7,4% |
2.438,80 |
3.892 |
109,1% |
25 a 29 anos |
3523 |
27,0% |
4.025,98 |
3.646 |
15,4% |
4.283,42 |
-123 |
94,0% |
30 a 39 anos |
2841 |
21,8% |
6.315,65 |
6.487 |
27,3% |
6.341,74 |
-3.646 |
99,6% |
40 a 49 anos |
721 |
5,5% |
9.865,66 |
3.429 |
14,5% |
9.399,89 |
-2.708 |
105,0% |
50 a 64 anos |
190 |
1,5% |
10.946,43 |
8.093 |
34,1% |
9.655,78 |
-7.903 |
113,4% |
65 ou mais |
3 |
0,0% |
21.928,00 |
257 |
1,1% |
9.488,57 |
-254 |
231,1% |
Total |
13.040 |
100,0% |
4.333,95 |
23.720 |
100,0% |
7.331,79 |
-10.680 |
59,1% |
Fonte: MTE/SPPE/DES/CGET - CAGED LEI 4.923/65
Elaboração: Dieese – Rede Bancários
Desigualdade entre Homens e Mulheres
As 5.375 mulheres admitidas nos bancos nos sete primeiros meses de 2017 receberam, em média, R$ 3.535,58. Esse valor corresponde a 68,6% da remuneração média auferida pelos 6.442 homens contratados no mesmo período.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres é observada também na demissão. As 11.963 mulheres desligadas dos bancos entre janeiro e julho de 2017 recebiam, em média, R$ 6.449,22, o que representou 78,4% da remuneração média dos 11.757 homens que foram desligados dos bancos no período, conforme a Tabela 3.
TABELA 3
Rem. Média dos admitidos e desligados por sexo
Brasil – Janeiro e julho de 2017
|
Masculino |
Feminino |
Dif.% da |
||
Nº de trab. |
Rem. Média |
Nº de trab. |
Rem. Média |
||
Admitidos |
6.442 |
5.151,65 |
6.598 |
3.535,58 |
68,6% |
Desligados |
11.757 |
8.229,82 |
11.963 |
6.449,22 |
78,4% |
FONTE: MTE/SPPE/DES/CGET - CAGED LEI 4.923/65
ELABORAÇÃO: DIEESE - REDE BANCÁRIOS