Diretores do Sindicato e da Fetec-CUT/CN percorreram agências do Itaú, Santander e Bradesco, da W3 Sul, nesta quarta-feira (20), para denunciar as irregularidades que os bancos privados vêm cometendo, como as más condições de trabalho, demissões injustificadas, assédio e adoecimento.
“Esta atividade é também para mostrar a nossa indignação com a reestruturação imposta pelo Santander (que teve um lucro de R$ 9,383 bilhões no ano passado), sem nenhum debate prévio, o que tem deixado os funcionários assustados e preocupados”, criticou a diretora da Fetec-CUT/CN Eliza Espíndola.
Essa reformulação tirou os gerentes PJ da agência. “Eles foram transferidos para atuar em home office, e são obrigados a fazer seis visitas aos clientes por dia, num raio de até 5km de distância da sua casa, sem estrutura e correndo os riscos de segurança. Já os gerentes de negócios que permanecem nas agências estão sobrecarregados, com acúmulo de trabalho em várias funções. E os Van Gogh foram para a plataforma, e estão atendendo por telefone, o que tem sido motivo de reclamações por parte dos clientes”, esclarece Eliza.
Sandro Oliveira, diretor do Sindicato, reitera que o Santander precisa rediscutir a reestruturação. Além disso, segundo ele, o banco precariza cada vez mais o seu atendimento, e transforma o bancário em genérico, ou seja, o trabalhador atua como bancário, mas está incluído em outra categoria criada pelo banco. “Precisamos evitar que isso se expanda para outros bancos, como o Itaú e o Bradesco”.
O dirigente sindical também manifestou sua insatisfação com o Itaú, que teve um lucro de quase R$ 36 bilhões em 2023, aumento de 15,7%, e prossegue fechando agências, demitindo funcionários e praticando assédio moral. “Isso precisa ser denunciado”.
A necessidade de alertar o que vem acontecendo no Santander com relação ao bancário genérico foi endossada pelo diretor da Fetec-CUT/CN José Garcia. “Hoje, o banco demite o funcionário e o contrata por uma outra empresa para fazer o mesmo serviço de bancário, porém escapando do que prevê a nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Precisamos frear essa manobra, para que outros bancos não a copiem. Mas, o Sindicato está sempre na luta e de olho nessas irregularidades”, avisa o dirigente.
Descaso com o emprego
No Bradesco, a situação não é diferente dos demais bancos privados. Os representantes dos trabalhadores cobram o fim das demissões e o compromisso com o emprego. O banco obteve lucro de R$ 16,3 bilhões em 2023, encerrou o ano com 86.222 funcionários, com fechamento de 2.159 postos de trabalho em 12 meses. No período, foram fechadas 169 agências, 173 postos de atendimento e 77 unidades de negócios.
Da Redação