Clique no banner acima para se inscrever. Evento da Fetec lança pesquisa sobre efeitos dos modelos gestão dos bancos baseados na intimidação e na violência
A Federação dos Empregados em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) realizará nesta quarta-feira 26 de fevereiro o seminário “Você Tem Direito à Vida: Menos Vigilância, Mais Saúde!”, quando será lançada uma pesquisa, exclusiva para todos os trabalhadores do ramo financeiro da nossa região, sobre os adoecimentos no trabalho e suas causas. O objetivo é realizar um diagnóstico mais preciso que forneça dados para negociar com os bancos soluções que ponham fim a essa verdadeira epidemia que assola hoje a categoria.
O seminário será realizado em plataforma virtual, das 18h às 20h, estará aberto a toda a categoria e contará com a participação da psicóloga Ana Magnólia Mendes, que coordenará a pesquisa da Fetec.
Ana Magnólia é professora da Universidade de Brasília e pesquisadora do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da UnB, onde coordena o Projeto de Atendimento Trabalhadores no Divã e o Grupo de Pesquisa Psicanálise e Crítica Social do Trabalho. É autora de vários livros, entre eles “Trabalho e Sofrimento: Práticas Clínicas e Políticas” e “Clínica Psicodinâmica do Trabalho: O Sujeito em Ação”.
O seminário foi marcado em reunião do Coletivo de Saúde da Federação realizada de forma virtual nesta quinta-feira 20, das 15h às 17h, com a participação do presidente Rodrigo Britto, do secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Fetec, Wadson Boaventura, e de presidentes e secretários e secretárias de saúde dos sindicatos filiados à Federação.
“Estamos ouvindo os dirigentes dos sindicatos das nossas bases sobre a pesquisa. Apresentamos para os dirigentes na reunião os instrumentos que serão utilizados na pesquisa e pedimos aos sindicatos colaboração para aprimorar o questionário e engajar a categoria na consulta”, disse Wadson Boaventura.
A pesquisa, que terá como ponto de partida a consulta nacional realizada no ano passado pela Contraf-CUT, também incluirá clínicas de trabalho com os dirigentes sindicais para entender melhor as causas dos adoecimentos.
“Estamos assistindo a cada dia mais os bancários adoecerem em razão dos modelos de gestão dos bancos baseados na pressão e no assédio por cumprimento de metas. Precisamos conhecer melhor essas causas e atuar de forma mais incisiva para combater essa violência. O conhecimento que já acumulamos sobre o tema foi muito importante na mesa de negociação da campanha nacional deste ano”, destaca Rodrigo Britto, presidente da Fetec-CUT/CN.
“As pesquisas nacionais que foram feitas até agora pela Contraf-CUT ficaram muito centradas no Sul e Sudeste, onde se concentra o sistema financeiro privado. Na pesquisa do ano passado, por exemplo, só 3% dos bancários pesquisados eram do Centro-Oeste e do Norte. Precisamos ter um olhar específico para nossas regiões e fazer um diagnóstico mais preciso sobre a realidade da categoria nas nossas bases sindicais”, acrescenta Wadson Boaventura, secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Fetec.
Hoje também pesquisadora associada ao Centre de Recherche du Travail et du Développement (CRTD) do Conservatoire des Arts et Métiers (CNAM), de Paris, Ana Magnólia é a maior especialista brasileira nas relações de trabalho da categoria bancária. Ela começou a estudar o tema em 2003, quando já era professora da UnB e coordenou uma pesquisa para o Sindicato dos Bancários de Brasília.
Magnólia também participou da coordenação da pesquisa realizada no ano passado pela Contraf-CUT em todo o país. “Essa pesquisa nacional teve como eixos as relações competitivas e produtivistas do trabalho nos bancos, os discursos e práticas de controle no trabalho bancário, as patologias da sobrecarga e da violência desse trabalho bancário e os sintomas de adoecimento”, conta a pesquisadora.
“A conclusão a que chegamos é que os adoecimentos são consequência dos modelos de gestão dos bancos baseados no assédio organizacional, na intimidação e na violência”, acrescentou ela, em reunião virtual realizada nesta terça-feira 14 com a direção executiva da Fetec e com dirigentes de todos os sindicatos da base da Federação.
Além de aprofundar o conhecimento sobre as realidades específicas do trabalho bancário nas regiões Norte e Centro-Oeste, Magnólia adianta que o objetivo agora com a pesquisa para a Fetec-CUT/CN é aprofundar a compreensão “dessa lógica perversa que está provocando tantos adoecimentos”.
Fonte: Fetec-CUT/CN