(Cuiabá-MT) - O ex-ministro de Comunicação (Governo Lula), ex-deputado federal constituinte pelo PT (1987-1990, 1991-1994 e 1995-1999), ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paolo, Luiz Gushiken, de 63 anos, morreu nesta sexta-feira (13) no hospital Sirio-Libanês, em São Paulo. Gushiken fazia tratamento contra um câncer no estômago desde 2002 e morreu em decorrência da doença.
Gushiken ou "japonês" para os amigos mais próximos, participou da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Funcionário do antigo Banespa, adquirido pelo Santander, ajudou também organizar o Departamento Nacional dos Bancários da CUT, que deu origem à Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) e mais tarde à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Luto no Centro Norte
"Os Dirigentes da Fetec-CUT/CN estão de luto e lamentam profundamente a morte do ex-sindicalista Luiz Gushiken, que durante sua jornada, deixou um legado muito grande para os trabalhadores e em especial, para o movimento bancário onde ajudou a construir uma parte considerável da estrutura organizativa atual dos bancários e da CUT", disse o presidente da Fetec-CUT/CN José Avelino.
Gushiken
Nascido em Oswaldo Cruz (SP), casado com Elisabeth e pai de três filhos (Guilherme, Artur e Helena), Gushiken cursou administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi funcionário do Banespa de 1970 a 1999 e presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo de 1984 a 1986.
Ele conheceu Lula quando ainda era secretário-geral do Seeb/São Paulo, na década de 70. Depois, foi presidente nacional do PT (1988 a 1990) e duas vezes coordenador da campanha de Lula a presidente (1989 e 1998).
Injustiça
Em 2005, foi acusado de participação no suposto esquema do mensalão. Sete anos depois, foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de todas as acusações. O senador Eduardo Suplicy, durante emocionado discurso na tribuna do Senado na última terça-feira (10), lamentou a ausência de qualquer reparação, pela mídia, das acusações veiculadas.
O senador lembrou o "depoimento exemplar" de Gushiken à CPI que investigou o caso. Lembrou que o Ministério Público escondeu documento que provava a inocência de Gushiken. "Foram 3.285 dias em que sua honra foi pisoteada, com requintes de crueldade", afirmou o senador.
Legado
Sua força, ética, coragem e competência serão sempre lembrados pelo movimento sindical e pela militância política e social.
Com a morte de Gushiken, o Brasil e toda uma geração de militantes sindicais e lutadores políticos e sociais perdem uma referência intelectual e um símbolo de dignidade.
Sepultamento
Gushiken foi sepultado às 16h30 deste sᄀbado(14) no cemitério do Redentor, na zona oeste de São Paulo. A cerimônia fechada, restrita à família e amigos próximos, contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Michel Temer e de diversos ministros, como Guido Mantega (Fazenda), Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação).
Fonte: Fetec-CUT/CN com informações da Contraf, G1 e terra