O BRB apresenta gastos desproporcionais com patrocínios. Segundo o Dieese, entre 2018 e 2023, o aumento foi de 1.500%, passando de R$ 7,68 milhões em 2018 para R$ 129 milhões em 2023. Esse crescimento levanta questionamentos sobre a sustentabilidade financeira e a estratégia de marketing da instituição.
Além de representar cerca de 63% do lucro líquido contábil do BRB no ano, o valor de R$ 129 milhões é mais que a soma de três outros bancos estaduais em patrocínios — Banestes, Banpará e Banrisul. O Banestes gastou apenas 1,68% do seu lucro em 2023, e o Banrisul, 9,35%. E isso apesar de o Banrisul ser patrocinador master de dois importantes equipes de futebol — Grêmio e Inter.
Já o Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras do país, gastou pouco mais de R$ 155 milhões com patrocínios no mesmo ano, o que equivale a apenas 0,46% do seu lucro líquido. Ou seja, em 2023, o BB deu um lucro 165 vezes maior que o do BRB e contou com 25 vezes mais empregados, mas gastou apenas 1,2 vezes o que o Banco de Brasília gastou com patrocínios.
Entre os principais beneficiários dos patrocínios do BRB, destaca-se o Flamengo, que recebeu mais de R$ 153,18 milhões entre 2020 e 2023. Em 2024, os rubros-negros receberão R$ 40 milhões a mais do banco. Além do time de futebol carioca, o aumento significativo em patrocínios nos últimos anos se deve ao custeio do automobilismo, por exemplo, de pilotos como Lucas Foresti, Enzo Elias e Gabriel Bortoleto.
Para 2024, o orçamento com patrocínios do BRB prevê uma despesa de mais de R$ 145 milhões, apesar de o banco ter registrado um prejuízo contábil de R$ 43 milhões no primeiro trimestre do ano.
“Investimento em patrocínio é uma estratégia comum para divulgar a marca, mas se esses gastos desmedidos que cresceram rápido estivessem dando certo para o BRB, por que o banco estaria apresentando prejuízo?”, questiona Daniel de Oliveira, diretor do Sindicato.
Da Redação