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12 de Novembro de 2020 às 10:59

Funcionalismo do Banpará quer grupo de risco fora do trabalho presencial


A semana começou dolorida para o funcionalismo do Banpará com a notícia da morte do colega Benedito Goés na madrugada dessa segunda-feira (9), o qual integrava o grupo de risco ao Covid-19 e acabou sendo mais uma vítima fatal da pandemia, que voltou a ganhar força em Belém e em todo Pará.

O fato ocorreu no mesmo dia em que o Sindicato dos Bancários convocou todos os bancários e bancárias que fazem parte do grupo de risco ao novo coronavírus no Banpará para uma telereunião, realizada às 18h pelo aplicativo Zoom Meeting, com o objetivo de repassar todas as ações judiciais que a entidade sindical tem adotado para defender a saúde e a vida do funcionalismo do Banco do Estado, em especial aos mais vulneráveis que compõem o chamado grupo de risco.

O evento teve 98 inscrições e participação de 38 bancários e bancárias de todas as regiões do Estado. A vice-presidenta do Sindicato e funcionária do Banpará, Vera Paoloni, ressaltou que o Sindicato vem travando uma árdua e comprida batalha com o Banpará, buscando a proteção ao funcionalismo diante da pandemia, desde o registro do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, em 18 de março, em São Paulo.

Banpará foi o único a discutir Covid-19 por obrigação judicial

Naquele momento, o Banpará foi o único banco no país que somente abriu negociação sobre o assunto após o Sindicato mobilizar interferência do sistema judiciário, que reconheceu a reivindicação da categoria e obrigou o banco a proteger o grupo de risco e, a partir da decisão judicial, se estabeleceu mesa de negociação sobre Covid.19, equipamentos de segurança, vacina contra gripe, enfim protocolos para combater ao máximo a Covid.19

As negociações começaram em abril, quando houve os primeiros registros de contaminação para o novo coronavírus no Banpará. No final de maio, no dia 27, o Sindicato homologou na justiça o Acordo Coletivo Emergencial com o Banpará, o qual estabelecia as seguintes regras:

– A continuidade do afastamento do grupo de risco do trabalho presencial enquanto houver recomendação de isolamento social em decretos governamentais, com a garantia de remuneração integral, incluindo o tíquete;

– O protocolo de afastar a equipe de trabalho em que um bancário estiver positivo pra covid-19, sendo esta condição comprovada por teste ou avaliação médica;

– Testagem de Covid-19 para o funcionalismo que atua na Região Metropolitana de Belém;

– Continuidade da mesa permanente para tratar de novas situações que possam surgir em virtude da pandemia e outros pontos importantes para prevenção e redução de riscos.

Situação volta a preocupar no Banpará

O mês de maio foi o período com o maior registro de afastamento de bancários e bancárias do Banpará pelo Covid-19. De lá pra cá também houve registros de mortes de funcionários e funcionárias pelo novo coronavírus.

A situação voltou a acender o sinal de alerta no Banpará já no mês de outubro. Até o momento, o Sindicato já recebeu notícias de colegas infectados pelo vírus nas agências Belém Centro, Pedreira, no edifício sede, em unidades da Matriz e na Ponte do Galo, em Belém.

Contraditoriamente, em vez de seguir o acordo homologado na justiça com o Sindicato e preservar a saúde e a vida do seu funcionalismo, o Banpará resolveu valer-se do Decreto Estadual nº 800, para convocar todo o seu funcionalismo para retornar o trabalho presencial, inclusive o grupo de risco.

Em 18 de setembro, grupo de risco fica desprotegido

O Sindicato dos Bancários voltou a recorreu à Justiça do Trabalho, através de Ação de Cumprimento, para mostrar que o Banpará está descumprindo o acordo homologado em juízo; e quebrando os protocolos de proteção à saúde e à vida do seu funcionalismo e de seus familiares, sobretudo dos integrantes do grupo de risco à Covid-19.

Em audiência de conciliação realizada no dia 22 de outubro no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, em Belém, o Banpará não aceitou o pedido do Sindicato de retornar ao teletrabalho o Grupo de Risco que já estava, ou afastar do trabalho presencial.

Da mesma forma, o Banpará não aceitou o pedido do Sindicato de mediação do Ministério Público do Trabalho dentro da Ação, embora tenha se comprometido a chamar uma mesa de negociação.

Banco chamou sindicato para reunir

Um recomeço de diálogo entre banco e sindicato foi feito nesta 2a feira,9 e prossegue nesta terça-feira, às 15 horas. O Sindicato reunirá com a direção do Banpará em uma nova tentativa de conciliação com o banco no que diz respeito a manutenção do afastamento do grupo de risco do trabalho presencial e inclusão dos mesmos no sistema de teletrabalho. Novidades serão divulgadas logo após a reunião.

Encaminhamentos em defesa do grupo de risco

“Agradecemos a todos os bancários e bancárias que atenderam nosso chamado e participaram dessa telereunião que fizemos com o grupo de risco. Nós solicitamos na justiça que o Banpará nos apresentasse uma lista com os bancários e bancárias que formam esse grupo, mas nosso pedido não foi atendido. Por isso, queremos a ajuda de todos e todas para que nos enviem nomes e contatos de quem faz parte do grupo de risco, assim como relatos de colegas infectados nas agências e unidades do Banpará. Esse mapeamento é fundamental para montarmos nossas estratégias de defesa da categoria diante dessa pandemia”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.

“Estamos a disposição dos colegas do Banpará para orientar sobre os protocolos de prevenção ao Covid-19, inclusive de afastamento do trabalho para quem é do grupo de risco. Vamos esperar o resultado dessa reunião de hoje com o Banpará para avaliarmos nossas ações políticas em defesa da categoria, mas não exitaremos em radicalizar se caso for necessário”, destaca a vice-presidenta do Sindicato e funcionária do Banpará, Vera Paoloni.

 

Fonte: Bancários PA


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