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3 de Fevereiro de 2021 às 07:53

“Foi um alívio muito grande”, diz bancária ao saber que não seria mais demitida


Para muitos bancários e bancárias do Banpará, a semana passada por pouco não foi o fim de um ciclo de trabalho, de histórias, de anos de vida. É que na segunda-feira passada (25), o banco emitiu o primeiro comunicado oficial da diretoria, que nenhum trabalhador ou trabalhadora quer ouvir (nesse caso, ler): o do rompimento dos vínculos de emprego daqueles com mais de 70 anos ou que tivessem se aposentado (a partir de 13 de novembro de 2019, data da ‘reforma’ da Previdência).

“Eu recebi a notícia com muita surpresa, porque acho que por ocasião da edição das novas regras de aposentadoria, o Banpará deveria ter emitido um comunicado avisando que quem fosse se aposentar seria desligado. Acabei de renovar minha CPA 20 e quando vi estava sendo expulsa do banco! Fiquei muito triste é claro porque eu gosto de trabalhar e sei que faço a diferença na minha agência”, defende a gerente de atendimento na agência de Concórdia do Pará, Regina dos Santos.

Bancária há 9 anos somente no Banpará, Regina também já tinha sido empregada do Banco da Amazônia e depois decidiu ser dona do próprio negócio. “Eu vendia joias e sofri um assalto que levaram toda minha mercadoria, foi então que resolvi estudar para concursos e passei no Banpará”, lembra.

Mas a semana que começou com mensagens de despedidas terminou com uma liminar de esperança e vitória, para o Sindicato e alguns bancários e bancárias, para outros, de conforto. “Foi um alívio muito grande”, define Regina.

Às 12h09 da última sexta-feira (29), a Justiça do Trabalho atendeu pedido do Sindicato e barrou a demissão compulsória de aposentados e maiores de 70 anos, com imediata expedição de mandado para notificação do banco.

E como notícia boa e verdadeira deve ser compartilhada, a bancária assim que soube da informação fez questão de passar adiante, mas de uma forma não tão mais comum na era digital. “Liguei pra agência onde trabalho e quando contei meus colegas ficaram felizes”, afirma.

“Desde que o Sindicato soube do ato unilateral do Banpará, não medimos esforços, junto com nossa assessoria jurídica do escritório Mary Cohen, no sentido de reverter tamanha falta de humanidade: enviamos ofício ao banco, tentamos uma mesa de negociação, procuramos parlamentares para serem interlocutores junto ao Governo do Estado, mas infelizmente não houve disposição nem por parte do banco e nem do Governo em refletir sobre nossos pedidos, mesmo que a ‘reforma’ da Previdência do traga alguns limites ao vínculo de trabalho após a aposentadoria e limites de idade. O encerramento de um ciclo laboral precisa ser o mais respeitoso e acolhedor possível e por isso é que também lutamos diariamente, tanto pelos colegas aposentados e pelos da ativa, que um dia irão se aposentar”, ressalta a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.

“Em nome do bom senso e do diálogo, espero que a diretoria do Banpará abra mão de prosseguir nesse caminho da demissão coletiva, ouça o clamor do funcionalismo que está, há décadas, construindo o banco. Ouvir, significa não deixar nenhum ao desamparo”, destaca a vice-presidenta do Sindicato e bancária do Banpará, Vera Paoloni.

 

Fonte: Bancários PA


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