O Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) no Banpará ainda não virou realidade no dia-a-dia dos bancários e bancárias do banco, motivo que levou Sindicato dos Bancários do Pará e Associação dos Funcionários do Banpará (Afbepa) a unirem forças e recursos para a criação de uma campanha de valorização do funcionalismo e a instalação de uma mesa de negociação específica que garanta o ajuste do plano, a melhoria dele.
“O que existe de PCCS no Banpará é fruto de muita luta das entidades sindicais junto com o funcionalismo, como por exemplo, a promoção por antiguidade que vai ser paga em fevereiro, retroativa a janeiro e significa 5% a mais no vencimento-base. Mas, precisamos avançar muito ainda”, afirmou a diretora do sindicato, da CUT-PA e bancária do Banpará, Vera Paoloni. Ela ressaltou que muitos colegas se qualificam, muitas vezes, por conta própria, com diversos cursos, seminários, CPA 20 e não lhes é dada a oportunidade de crescimento em uma carreira, uma função.
“Infelizmente, temos visto a indicação para funções virar uma rotina e isso não só desmotiva o bancário, como quebra o C da Carreira do PCCS. Esperamos eliminar essa distorção da vida do funcionalismo do Banpará. Todo mundo estuda, se qualifica, porque deseja crescer na empresa, ter uma carreira. A indicação sem o devido processo seletivo é ruim em todos os sentidos”, destacou a dirigente sindical, durante atividade realizada em frente à matriz do banco, em Belém, na manhã de sexta-feira (24).
O local foi escolhido para o lançamento da campanha de valorização do funcionalismo do Banpará, “PCCS: carreira, salário, justiça e transparência”, aprovada pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras do banco, durante Encontro Estadual em julho do ano passado.
“O funcionalismo do Banpará precisa de valorização, de respeito, de reconhecimento por tudo que fizeram e seguem fazendo para que o banco continue sendo genuinamente paraense; como em 1999, quando os bancários e bancárias decidiram em assembleia, na sede do Sindicato, doarem, por 11 meses, 20% dos próprios salários para auxiliar decisivamente no equilíbrio financeiro do banco. Nesse período até o PCCS parou”, lembrou o presidente do Sindicato, Gilmar Santos.
Sobre a promoção prevista para esse mês, o banco informou que ficou para fevereiro, com garantia do retroativo a janeiro de 2020.
“Essa é uma luta por reconhecimento, transparência e justiça. Quem trabalha no Banpará quer ter clareza dos critérios de avaliação por mérito no PCCS e, mais do que isso, ter voz junto ao banco para opinar sobre quais critérios considera justo, além de discutir a carreira. Agora, pra campanha obter êxito, é fundamental o engajamento de todo mundo”, convida a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.
A campanha do PCCS tem a marca da unidade, entre Sindicato e a Afbepa, bem como já é a principal bandeira de luta no Banpará esse ano. A presidenta da Afbepa, que também é bancária do banco, Kátia Furtado, destacou o quão tem sido difícil se chegar às promoções, do PCCS, seguindo o Acordo Coletivo.
“Ele (PCCS) não atende hoje às exigências que precisam ser atendidas. A gente está numa situação muito difícil dentro do banco. A pessoa se prepara em cada local de trabalho, busca de alguma forma uma ascensão profissional pra sair daquele salário inicial que foi contratado e o banco chega com alguém de paraquedas indicado. Isso existia nos governos passados, mas agora com o governo Helder Barbalho a situação piorou. A indicação hoje prevalece”, desabafa.
Enquanto a campanha percorre os departamentos, agências e cidades, as entidades e o funcionalismo aguardam respostas:
Clique aqui para entender a cronologia da luta por um “PCCS com carreira, salário, justiça e transparência”
Fonte: Bancários PA, com edições da Contraf-CUT