O Sindicato dos Bancários do Pará acompanha com atenção a instabilidade no âmbito da presidência do Banco do Estado do Pará, em razão de auditoria interna que apontou ao Conselho de Administração (Consad) supostas irregularidades. A então presidenta do Banco, Ruth Méllo, está afastada de suas funções desde o dia 18 de novembro, por decisão do Consad do Banco.
Atualmente, a presidência do Banco está sendo ocupada interinamente pelo diretor de controle, risco e relações com investidores, João Bernardo Pereira Lima, que publicou comunicado oficial ao mercado na segunda-feira, 21 de novembro.
O Sindicato vem a público, em especial se dirigindo aos funcionários e funcionárias de empresa, dizer que está atento aos possíveis desdobramentos institucionais, como a realização da assembleia geral extraordinária convocada para 12 de dezembro pelo representante do controlador, AGE, que tem como ponto primeiro de pauta a possibilidade de dissolução do Consad.
Como entidade representativa dos trabalhadores, destacamos o respeito e o diálogo efetivo havido durante a presidência de Ruth Méllo, o que culminou com o fechamento do melhor acordo coletivo da categoria, com a valorização da carreira, reposição do piso, promoção e todas as cláusulas que mostraram um reconhecimento ao funcionalismo que esteve na linha de frente nos momentos mais críticos da pandemia e continua atuando firme e forte, independente dos humores e reviravoltas internas. Nosso acordo coletivo foi aprovado em assembleia por 98% da categoria.
O Sindicato lamenta esse episódio de instabilidade e, neste momento, reafirma princípios fundamentais da nossa atuação como entidade de classe: como a presunção de inocência, ampla defesa e o contraditório, valores que aplicamos na defesa de todos os bancários. Assim, é preciso respeitar as instâncias devidas e aguardar com cautela as conclusões antes de apontar posicionamentos definitivos.
O funcionalismo do Banpará já sobreviveu a outras turbulências ao longo dos 62 anos de existência do Banco. Uma das mais graves, foi vivida entre os anos de 1997 e 1998, quando 23 dos 27 bancos estaduais sumiram do mapa do sistema financeiro nacional e o Banpará continuou, graças a participação dos bancários e bancárias que estavam à época na instituição e que, durante 11 meses, contribuíram com 20% de seus salários para manter o Banpará no sistema financeiro e, em consequência, nossos empregos.
Hoje, o Banco do Estado do Pará é uma instituição financeira sólida e lucrativa, com presença forte em todo o Pará. Venceremos mais este sobressalto e, certamente, ainda com mais firmeza na defesa deste banco público estadual, que é patrimônio do povo paraense. O Sindicato sempre foi e sempre será linha de frente na defesa do Banpará público e atuante, em favor do desenvolvimento do nosso estado.
Belém, Pará, 23 de novembro de 2022.
Sindicato dos Bancários e Bancárias do Pará