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25 de Janeiro de 2016 às 08:09

Vamos continuar nossa luta enquanto houver desigualdades, demissões e exploração

Artigo escrito por Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT


Crédito: Jaílton Garcia - Contraf-CUT

Apesar de termos feito muito nestes dez anos, os desafios para a Contraf-CUT continuam, potencializados principalmente por um Congresso Nacional inimigo dos trabalhadores e que representa as elites conservadoras.

Para a gente ter uma ideia do tamanho da tragédia que está por vir, estão na pauta já para fevereiro o PLS 555 que privatiza estatais, o PLC 30 (antigo PL 4330) que permite a terceirização sem limites, um PL antiterrorismo que criminaliza os movimentos sociais, lei que prevalece o contratado sobre o legislado, lei que reduz a idade para o trabalho, lei que flexibiliza o conceito de trabalho escravo e várias outras leis que atingem direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Isto não nos desestimula, pelo contrário, nos alerta de que temos que continuar caminhando para conquistar um emprego decente no sistema financeiro.

Que ofereça condições dignas de trabalho, que preserve nossa saúde, que ofereça segurança, com igualdade de oportunidades, com salário digno, sem assédio moral e sem metas abusivas.

Nossa história confirma que precisamos continuar lutando para que os bancos não explorem a sociedade e para que o sistema financeiro seja regulamentado.

Precisamos continuar lutando para sair da armadilha da falsa inclusão bancária, que busca antes a precarização, terceirização e a exclusão do que a bancarização.

E vamos continuar em todas estas frentes de batalha sem abandonar a luta central em defesa da democracia e contra os golpes dos antidemocratas, defendendo as reformas necessárias para empoderar os trabalhadores.

Vamos continuar sendo, tenho certeza, referência para os trabalhadores do ramo e para várias categorias que acompanham as nossas negociações e as nossas contratações.

Somos herdeiros de uma história bonita de lutas, organizada principalmente a partir de 1985 com a criação do DNB, depois continuada a partir de 1992 com a transformação do DNB em Confederação - a CNB e consolidada a partir de 26 de janeiro de 2006 com a criação da Contraf-CUT, feita para ampliar nossa abrangência. Para incluir mais gente na nossa luta.

Este nosso décimo aniversário acontece sob a vigência de uma CCT conquistada em uma campanha nacional histórica que impediu a redução do nosso salário e nos permitiu ainda avançar com ganho real e com um instrumento de intervenção na gestão predadora dos bancos e intervenção na cobrança abusiva de resultados que vem propiciando o assédio moral e o adoecimento dos bancários e bancárias.

Acredito na Contraf.

Avançamos muito e muito ainda temos que fazer, mas a Contraf-CUT reúne credibilidade e as condições políticas para continuar.

Confederamos 8 federações e 115 sindicatos autênticos, de luta, de massa, democráticos, criativos e livres.

 

O sindicalismo que a CONTRAF vai continuar defendendo e praticando é honesto, inclusivo, democrático e profundamente vinculado aos princípios da CUT.

Vamos viver mais um ano difícil com um cenário de recessão, aumento do desemprego, quedas na economia que serão utilizadas pelos bancos para endurecer as negociações.

Um ano que vai ter eleições municipais onde os inimigos dos projetos populares vão defender candidaturas de retrocesso rumo a 2018.

Mas, sabemos, será mais um capítulo da velha disputa da hegemonia teorizada e praticada pelo movimento sindical da CUT.

Continuaremos lutando muito.

A nossa conhecida unidade vai vencer todos esses desafios.

A Contraf-CUT é uma estrutura pensada para avançar na direção de mais e melhores empregos, para lutar pela inclusão social e distribuição de renda do Brasil. Tem lado.

Este é o nosso destino.

Os bancos vão continuar sendo bancos: estruturas pensadas para buscar o lucro a qualquer preço.

A cada dia a ganância, as novas tecnologias e as transformações do mundo do trabalho vão continuar a precarizar as condições de trabalho e causar insegurança e sofrimento aos bancários.

Este é o destino dos bancos.

Achamos que um outro mundo e um outro sistema financeiro é possível.

Vamos continuar nossa luta enquanto houver desigualdades, demissões e exploração.

Para nós, com radicalidade, exploração não tem perdão.

Vida longa para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do sistema financeiro

Vida longa para a Contraf-CUT!

Fonte: Contraf-CUT


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