São Paulo – Um trabalhador da terceirizada Scor passou mal durante o expediente no Casa 1, prédio administrativo do Santander, e, além do susto, teve de enfrentar o descaso das direções do banco e da prestadora de serviços para conseguir comprovar o que todo mundo viu.
O caso aconteceu no final de março. O trabalhador teve um mal súbito sem maior gravidade, foi atendido pelo médico do Casa 1, que não viu necessidade de removê-lo para um hospital em caráter de urgência. Porém, a vítima viu-se obrigada a ir para o hospital, mesmo ainda se refazendo do susto e, insegura, porque a Scor se dá ao luxo de não aceitar atestados médicos que não sejam do SUS. Ou seja, o médico disponibilizado pelo banco que o atendeu no Casa 1 não pode oferecer o atestado médico do incidente que tratou pessoalmente.
"Qual a razão disso? Porque um médico de confiança do banco, que atendeu a vítima no momento do ocorrido, não tem condições de atestar formalmente o que havia acontecido, e o outro do hospital, que ninguém conhece e estava há quilômetros de distância, tem condições? Qual a lógica deste pensamento?", questiona Roberto Paulino, diretor da Fetec-CUT-SP. "Só há uma resposta. Completo descaso com o trabalhador".
Paulino revela, ainda, que foi necessária a intervenção do cipeiro Antonio Bugiga, que também é dirigente sindical não liberado, para que o coordenador acompanhasse o terceirizado ao hospital.
E o Santander? – Descaso da Scor, por conta da regra criada que apenas dificulta a vida de quem é acometido por um problema de saúde, e também do Santander. "Entramos em contato com a direção do banco para cobrar uma posição diante do incidente e simplesmente lavaram as mãos, respondendo que as regras para o atestado 'é de governança da empresa'", acrescenta Paulino.
"Ora, a postura do banco é vexatória, afinal, não são eles que contrataram a Scor? Não são o 'patrão' deles? Então como vêm com essa postura de não interferir lá? Como patrões, pressionam tanto os bancários por metas, metas e mais metas, mas não fazem o mesmo para forçar a terceirizada a respeitar os trabalhadores", completa o dirigente sindical.
Ameaça – Paulino acrescenta que o caso reforça a luta do Sindicato e dos movimentos democráticos contra as chamadas pautas bomba que estão tramitando no Congresso Nacional. Dentre elas, o PLC 30/2015, que libera a terceirização fraudulenta.
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Fonte: SEEB/São Paulo - Da redação