por Redação RBA
São Paulo – O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), reagiu no final da tarde de ontem (9) a declarações de seu colega do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e disse "não estar brincando" com sua decisão, anunciada pela manhã, de anular a sessão da Câmara que deu continuidade ao processo de impeachment. "Tenho consciência do quanto esse momento é delicado, momento em que temos de salvar a democracia pelo debate. Não estamos, nem estaremos em momento algum, brincando de fazer democracia", afirmou.
Segundo ele, sua decisão foi tomada com base na Constituição e no regimento da Câmara, "para que nós possamos corrigir em tempo vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro".
Pelo Twitter, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), também reagiu contra o presidente do Senado. "No meu dicionário, direito de defesa e devido processo legal são assuntos sérios. Brincadeira é fingir ser sério um 'impeachment' sem crime", afirmou. "Todo mundo sabe que invenção de 'pedaladas fiscais' e meia dúzia de decretos orçamentários são mero pretexto para um vergonhoso golpe. Diante de um golpe 'inevitável', há quem prefira participar ou ser cúmplice. E há quem tenha coragem. Parabéns aos que lutam."
Em nota divulgada hoje, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, admite não ter formalizado – antes de perder o mandato por determinação do STF – sua decisão sobre o pedido da Advocacia-Geral da União de anulação da votação. Recurso da AGU foi a base da decisão de Maranhão.