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22 de Abril de 2016 às 08:11

Temer e Cunha representam a volta dos anos noventa, afirma ex-diretor do IPEA

XIX Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) vai até o dia 23, no Espaço Anhanguera, em São Paulo


Crédito: Lydiane Ponciano

Escrito por: Walber Pinto 

Frente à conjuntura política depois da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados no último dia 17, a XIX Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) repudiou o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

A atividade começou nesta quinta-feira (21), no Espaço Anhanguera, em São Paulo. A plenária é o órgão máximo de representação dos filiados ao Fórum que deve eleger nesta edição a Coordenação Executiva e o Conselho Deliberativo para o biênio 2016-2018.

Participaram da mesa de abertura a coordenadora do FNDC, Rosane Bertotti, o deputado federal, Orlando Silva (PCdoB-SP) e o professor do Instituto de Economia da UFRJ e ex-diretor de Políticas e Estudos Macroeconômicos do IPEA, João Sicsú.

Em sua análise, o professor alertou para uma agenda de retrocesso caso o golpe passe no Senado Federal. Ele disse que um eventual governo de Michel Temer seria voltar aos anos noventa.

“O que está em jogo é fazer as privatizações, a volta dos anos noventa. Temer e Cunha representam isso. Se pretende mais concentração de renda e riqueza, onde o rico fica cada vez mais rico”, disse.

A plenária ocorre em um momento de ofensiva das forças conservadoras no país e na América Latina. Para o deputado Orlando Silva, a região vive uma ofensiva aos movimentos populares depois de alguns avanços dos governos progressistas.

“Eles não suportam esses avanços. O que está em jogo é a aprovação da terceirização, as CPIs para atacar o movimento social e sindical”, declarou o deputado.

Silva reiterou também que o golpe é uma conspiração de Temer, Cunha e da oposição que desde 2014 não se conformou com os resultados das eleições. “Questionaram os resultados das urnas, agora tentam dar o golpe. Nós temos que denunciar a farsa, a mentira”.

 

Monopólio da mídia e cobertura internacional

De acordo com Bertotti, a grande mídia brasileira ajudou na construção do golpe através do seu poder econômico. “A mídia internacional já percebeu o papel de monopólio da Rede Globo. Quando a Dilma assumiu o governo, ela anunciou o que chamou de regulação econômica, mas a conjuntura foi andando e vimos que se tratava de um sonho”.

Ela criticou ainda o Congresso Nacional que articula mudanças no marco civil da internet. “A votação de domingo mostra o tipo de congressista que temos que dificulta esse tipo de projeto, como é o caso do marco civil”, finaliza.

Sobre a cobertura da imprensa internacioal que tem chamado de golpe o processo de impeachment contra Dilma, o secretário nacional de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Roni Barbosa, ressaltou que os golpistas estão preocupados com a repercussão estrangeira. 

"Vamos mostrar pra essa mídia brasilieira como é que se faz jornalismo. Não é à toa que Michel Temer está preocupado com a repercussão internacional. Ele tem que ficar preocupado mesmo porque será cada vez mais taxado de golpista", disse o dirigente. 


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