São Paulo - Em meio às ofensivas do “governo” interino de Michel Temer para aumentar o tempo que o trabalhador tem de trabalhar para se aposentar – há proposta de que seja com idade mínima de 65 anos tanto para homens como mulheres –, na capital paulista há mais um problema: não conseguem fazer o pedido do benefício no INSS.
A situação foi detectada ao menos desde a terça-feira 18 (mesmo dia em que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu a idade mínima), quando o setor do Sindicato que faz as solicitações dos bancários junto ao INSS não conseguiu agendamentos pela internet. Outros sindicatos da cidade tiveram a mesma dificuldade.
Na segunda 23 o problema se agravou: a Central Telefônica 135 disponibilizada ao cidadão para iniciar seus processos de aposentadoria também não estava fazendo agendamentos.
Em um posto do INSS visitado pela reportagem do Sindicato, uma gerente afirmou que os funcionários receberam comunicado interno com proibição de responder a qualquer questionamento relacionado à suspensão de pedidos.
Jogo de empurra – A assessoria de imprensa da Secretaria da Previdência confirmou que o agendamento pelo 135 estava suspenso. A assessoria do INSS em Brasília negou a suspensão, afirmando que tudo estava normal. Diante das informações da reportagem, solicitou que, para outros esclarecimentos, fosse procurada a representação do órgão previdenciário em São Paulo.
O Sindicato contatou o 135, novamente nesta segunda, e a informação foi de que não havia vaga para agendamento em nenhum dos postos da capital. Já a assessoria de imprensa do INSS de São Paulo relatou que a informação sobre o funcionamento desse serviço deveria ser passada por Brasília.
De acordo com dados do INSS, de janeiro a abril deste ano foram mais de 209 mil pedidos de aposentadorias, média diária de 1.731 pedidos. O processo começa quando a pessoa marca o agendamento. Ou seja, se marca nesta segunda 23 é a partir daí que a pessoa recebe o benefício se preencher os requisitos para se aposentar: 35 anos de contribuição para homens e 30 para mulheres, com incidência do fator previdenciário ou pela fórmula 85/95 (soma da idade e tempo de serviço de 85 para mulheres e 95 para homens) para obter o benefício integral, atualmente com teto de R$ 5.189,82.
O Sindicato reforça ser necessária a normalização urgente desses agendamentos.
“Os trabalhadores estão preocupados de haver mudanças na aposentadoria que os obrigue a trabalhar ainda mais como defende o ‘governo’ de Michel Temer. Já deixamos claro que não aceitaremos um golpe nos direitos da classe trabalhadora e iremos à mobilização e, se necessário, à greve para evitar qualquer retrocesso.”
Reforma pra quê? – A presidenta lembra ainda que a entidade e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) não compõem o bloco que está negociando essa matéria com o “governo” interino. A Central, inclusive, divulgou nota oficial em que afirma não negociar idade mínima.
“Não aceitamos que haja imposição de idade mínima nem outras medidas que venham a prejudicar os trabalhadores. Queremos uma Previdência que pague benefícios justos, mas sem mais sacrifícios para as pessoas, tanto da cidade quanto do campo”, afirma Juvandia.
Fonte: SEEB/São Paulo - Jair Rosa