O Sindicato dos Bancários de Brasília lançou nesta terça-feira 2 de fevereiro, em seu auditório, o livro que conta os 55 anos de sua história. No mesmo evento, foi lançado também o livro sobre as greves no Brasil, editado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). A diretoria da Federação dos Bancários Centro Norte (Fetec-CUT/CN) prestigiou os lançamentos, com a presença do presidente José Avelino e vários dirigentes, entre eles o diretor de Formação Sindical Jacy Afonso de Mello, que foi presidente do Sindicato de Brasília e é um dos personagens do livro.

“Dedicamos esse trabalho aos milhares de bancárias e bancários que nessas décadas lutaram e lutam contra a exploração, por uma vida mais digna e pela consolidação da democracia em nosso país, muitos pagando com duras privações pessoais. São eles que construíram essa história e deixam esse legado de vitórias e conquistas às próximas gerações”, escreve na apresentação do livro o presidente do Sindicato de Brasília, Eduardo Araújo.

O livro “Sindicato dos Bancários de Brasília-Uma história”, escrito com base em pesquisa de uma equipe de historiadores da Universidade de Brasília (UnB), foi dividido em cinco capítulos e três volumes. O primeiro capítulo narra da fundação da Associação dos Bancários, em 1960, ao golpe civil-militar de 1964. O capítulo 2 se estende desse marco traumático para o país até o ressurgimento do movimento sindical combativo e a vitória do Movimento Bancário de Renovação Sindical (MBRS), em 1980, pondo fim ao ciclo dos dirigentes dóceis ao patronato e ao regime militar.

Esses dois capítulos compõem o primeiro volume da série lançado nesta terça-feira, que traz ainda os perfis de três grandes lideranças históricas responsáveis pela criação do Sindicato dos Bancários de Brasília – Adelino Cassis, Alvimar Figueira da Fonseca e Antunes de Queiroz Chaves.

O terceiro capítulo, que estará no segundo volume, contará a história do Sindicato dos Bancários de Brasília da posse em 1980 da chapa do MBRS com ampla hegemonia do Partido Comunista Brasileiro (PCB) até a conquista da entidade por uma direção alinhada à CUT, em 1992. O período seguinte, que vai até 2001 e é marcado pela reestruturação produtiva de inspiração neoliberal, em que o movimento sindical volta para a defensiva e resiste para não perder direitos, está retratado no quarto capítulo.

A quinta e última parte de Sindicato dos Bancários de Brasília – Uma história narra a trajetória da retomada das mobilizações e das conquistas econômicas e sociais, a partir do primeiro governo Lula até os dias atuais.

Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia foi quando o presidente da CUT DF, Rodrigo Britto, entregou o primeiro volume a ser distribuído na noite aos filhos de Adelino Cassis, Dulcinéa e Carlinhos.

O local se entrelaça com o nacional

O livro do Dieese, “Greves no Brasil (de 1968 aos dias atuais)”, também é o primeiro volume da coleção “Por que cruzamos os braços”, que contém 60 depoimentos de lideranças sindicais grevistas importantes desse período. Entre os entrevistados estão Luís Inácio Lula da Silva, Luiz Gushiken (in memoriam) e José Francisco da Silva, da Contag.

“O objetivo dessas entrevistas qualitativas em profundidade foi o de contribuir para a reflexão sore o movimento grevista contemporâneo e preencher lacunas verificadas em estudos baseados exclusivamente em estatísticas”, explica o Dieese na apresentação.

“O lançamento das duas publicações no mesmo evento teve a felicidade de articular as lutas locais de uma categoria profissional com os embates nacionais da classe trabalhadora”, disse Jacy Afonso durante o encontro.

Além de José Avelino e Jacy Afonso, estavam presentes no lançamento o diretor de Assuntos Jurídicos da Fetec-CUT/CN, Juliano Rodriguez Braga; a secretária de Saúde e Condições de Trabalho, Marlene Rodrigues Dias; o secretário de Bancos Públicos, André Matias Nepomuceno; e o diretor Álvaro Fonseca.

Fonte: Fetec-CUT/CN