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26 de Setembro de 2016 às 14:39

Setor bancário fecha 9.104 postos de trabalho de janeiro a agosto de 2016

Os números representam um aumento de 51,7% em relação aos cortes do mesmo período em 2015, quando foram extintos 6.003 postos de trabalho


Crédito: CONTRAF-CUT

São Paulo - De acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta segunda-feira (26) pela Contraf-CUT, de janeiro a agosto de 2016, houve fechamento de foram fechados 9.104 postos de trabalho nos bancos brasileiros, sendo a maioria em São Paulo e no Rio de Janeiro.  Isso representa um aumento de 51,7% em relação ao número de postos fechados no mesmo período em 2015, quando foram extintos 6.003 postos. E equivale à quase totalidade dos postos fechados em todo o ano passado (9.886).

“Os bancos estão reajustando fortemente suas despesas para aumentar os seus lucros. E aumentaram a velocidade de demissões de olho na conjuntura, que aponta para, além de ampliar o desemprego, reduzir e flexibilizar direitos. Para quem tinha dúvidas dos motivos pelos quais estão causando a atual greve, as coisas ficam mais claras. Esta é a contribuição negativa que eles estão dando para a superação da crise. É assim que eles se comportam quando a sociedade espera ações positivas para a retomada do desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de renda. Bancos ganham sempre, não importa como o Brasil esteja”, avaliou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

A maioria dos desligados foram trabalhadores mais velhos e com mais tempo no emprego. A análise por setor de atividade econômica mostra que os “Bancos múltiplos, com carteira comercial”, CNAE que engloba grandes instituições como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil foram os principais responsáveis pelo saldo negativo.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) São Paulo foi o estado onde ocorreram mais cortes (-4.498 postos, quase 49,4% do total de postos fechados), seguido pelo Rio de Janeiro, que fechou 1.410 postos (15,5%), o Paraná, com 645 postos de trabalho bancário extintos (7,1%) e Minas Gerais (- 620 postos ou 6,8% do total). Somente quatro estados registraram saldo positivo no emprego bancário, com destaque para o Pará com 102 postos abertos.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 7.150 postos de trabalho (78,5% do total de postos fechados). A Caixa Econômica Federal foi responsável pelo corte de 1.961 postos de trabalho (21,5%).

Motivos dos Desligamentos

Do total dos desligamentos ocorridos nos bancos, 62% foram sem justa causa, perfazendo 14.533 desligamentos. Os desligamentos a pedido do trabalhador representaram 28% do total e totalizaram 6.673.

 

Desigualdade entre homens e mulheres

As 7.190 mulheres admitidas nos bancos nos primeiros oito meses de 2016 receberam, em média, R$ 3.075,53. Esse valor correspondeu a 71,3% da remuneração média auferida pelos 7.202 homens contratados no mesmo período, que foi de R$ 4.314,60.

No momento do desligamento observou-se a mesma diferença na remuneração entre homens e mulheres. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos no período recebiam R$ 5.328,66, o que representou 71,3% da remuneração média dos homens desligados dos bancos.

 

Faixa Etária

Os bancários admitidos concentraram-se na faixa etária de 18 a 24 anos, com isso o saldo de emprego nessa faixa foi positivo em 3.286 postos. Como demonstra a Tabela 3, os desligamentos se concentraram nas faixas etárias superiores a 25 anos de idade e, especialmente, na de 50 a 64 anos, que registrou um corte de 5.461 postos de trabalho (60% do total de postos fechados).

 

Tempo no Emprego

Entre os 23.496 desligados, a maior parte tinha 10 ou mais anos no emprego (8.475 cortes que correspondem a 36% do total). Outros 5.055 tinham entre 5 e 10 anos no emprego (21,5%). Ou seja, observa-se que o corte dos postos nos bancos se deu principalmente entre aqueles com maior tempo de casa, sendo compatível com o fato de serem os trabalhadores mais velhos.

Confira aqui tabelas e gráficos da pesquisa.

Fonte: Contraf-CUT e Dieese


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