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2 de Maio de 2019 às 08:22

Sessão da Câmara homenageia os 96 anos do Sindicato dos Bancários de SP

Parlamentares, ex-ministros e dirigentes de entidades exaltaram a atuação do Sindicato na história das lutas pela redemocratização no Brasil


Crédito: Reprodução

As principais conquistas da categoria dos bancários e dos trabalhadores brasileiros protagonizadas pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região foram enaltecidas na sessão solene em homenagem aos 96 anos da entidade, realizada na manhã desta terça-feira (30), Plenário Ulysses Guimarães, da Câmara dos Deputados.

Os avanços obtidos durante este longo período de existência, como a jornada diária de trabalho controlada, a licença maternidade de 180 dias, a valorização do salário mínimo e licença-paternidade ampliada de 20 dias foram citados na sessão na Câmara.

Para Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, a solenidade é o reconhecimento do trabalho de várias gerações. “Nossa luta não é apenas pelos direitos dos trabalhadores do setor, mas temos reivindicações que atingem toda a categoria trabalhadora. Um exemplo foi a na marcha do salário mínimo, quando houve a valorização do salário de todos os trabalhadores do país”, pontou.

Ampla atuação

O desempenho da entidade durante mais de nove décadas extrapola as causas reivindicatórias dos trabalhadores e alcança a luta pelos direitos sociais fundamentais. O sindicato tem conquistas na igualdade de direitos para casais homoafetivos e na implantação de grupo de trabalho para debater assédio moral.

A deputada Érika Kokay (PT-DF), que propôs e presidiu a sessão, declarou que a homenagem é uma expressão de gratidão pela função desenvolvida na emancipação da classe trabalhadora. “Este sindicato é um baluarte que organiza a luta junto com outros sindicatos contra o segmento mais forte que representa esse capitalismo improdutivo e que escorcha a vida da população brasileiro. Estou falando do sistema financeiro e particularmente o sistema financeiro privado”, desabafou.

Já o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Ferreira, considera que celebrar uma entidade que representa os trabalhadores é sempre motivo de orgulho e alegria. “Estar ao lado dos trabalhadores, reivindicando melhorias é sempre um desafio e quando você tem entidades que constroem essa missão ao longo de décadas é motivo de comemoração”.

Ferreira pondera ainda que o Sindicato sempre foi um grande articulador que conseguiu aglutinar outras entidades de bancários em torno da convenção coletiva e das negociações salariais.

 

Outras conquistas 

 

O histórico de conquistas ao longo do tempo dá forças para o enfrentamento de pautas atuais como a reforma da previdência, proposta pelo atual governo, que retira direitos dos trabalhadores, e a ameaça de privatização dos bancos públicos.

 O dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-ministro ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, lembrou que a postura de resistência da entidade percorre os anos e vem deste a ditadura e com a participação ativa no processo de redemocratização.

“O sindicato liderou a primeira caixa de previdência criada por uma categoria. Lutou pela existência das jornadas controladas, por melhores salários, por participação nos lucros e por direitos sociais fundamentais contra a discriminação de gênero e racial”, disse Berzoini, que também presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Dentre outras conquistas, em 1997, se deu a complementação salarial para bancários afastados por doença ou acidentes e a verba de requalificação profissional na demissão.  Além disso, em 2012 empregados afastados por problemas de saúde, que ficavam sem o salário e benefício do INSS enquanto aguardavam perícia, passaram a ter sua remuneração mantida.

Na avaliação do deputado federal e ex-ministro da saúde Alexandre Padilha (PT-SP), o sindicato foi um dos primeiros que perceberem o impacto que a atividade dos bancários tem sobre saúde dos seus empregados. “Puxaram o tema das lesões por esforços repetitivos e o debate sobre o estresse no local de trabalho. É uma categoria ousada para os dias de hoje, onde cada vez mais novas relações de trabalho são estabelecidas”, disse Padilha.

Outros ex-presidentes do Sindicato como Luiz Cláudio Marcolino e Gilmar Carneiro participaram da solenidade. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, também prestaram homenagem. 


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