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1 de Dezembro de 2015 às 08:50

Promotoria suíça desiste de investigar contas suspeitas em troca de multa

Escândalo de sonegação e lavagem de dinheiro é concluído com o pagamento de multa de US$ 43 milhões e condena delator à prisão


Por Redação RBA

São Paulo – A Promotoria suíça desistiu de investigar as contas clandestinas do banco inglês HSBC naquele país, suspeitas de acolher recursos ilícitos, oriundos de sonegação fiscal, tráfico de armas e contrabando de pedras preciosas. Para encerrar as investigações do escândalo relativas a fraude fiscal e lavagem de dinheiro de cifras bilionárias, que ficou conhecido como Swissleaks, as autoridades suíças aceitaram o pagamento de multa de US$ 43 milhões, como conta o correspondente internacional daRBA, Flávio Aguiar, direto de Berlim.

O caso envolve cerca de 100 mil contas de pessoas físicas de todo o mundo, sendo 8 mil brasileiros, e de outras 20 mil a 30 mil empresas, que movimentaram cerca de US$ 5 bilhões, em caso revelado pelo ex-funcionário do HSBC em Genebra Hervé Falciani. Cerca de US$ 180 milhões já foram identificados como de origem ilegal.

"Cômico se não fosse trágico", diz Flávio Aguiar, acrescentando que o governo suíço vem se negando a cooperar com demais governos, como no caso da Índia que procurou obter informações sobre seus cidadãos envolvidos no caso.

A justiça suíça condenou ainda Falciani a cinco anos de prisão, por conta do vazamento dos dados sigilosos dos correntistas, em decisão que Aguiar classifica como "ridícula". Falciani está na França e não pode ser extraditado porque tem cidadania francesa. "O denunciante vai para a cadeia e os corruptos ficam de mãos livres para manipular o seu dinheiro", resume o correspondente.

Flávio Aguiar aponta ainda um contrassenso. Ele lembra que, de acordo com a ONG Transparência Internacional, a Suíça ocupa o quinto lugar entre os países menos corruptos do mundo. "Assim é fácil, basta não investigar e condenar quem denuncia", comenta.

O correspondente ainda aborda temas como a conferência sobre mudanças climáticas, que ocorre em Paris, a COP 21, com o possível encontro entre os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Recep Erdogan, da Turquia, após a derrubada de um avião militar russo por forças turcas, na fronteira com a Turquia.

Turquia e União Europeia estariam próximo de acordo para conter fluxo de refugiados que partem do Oriente Médio em direção à Europa. Por outro lado, Israel e União europeia se distanciam, após decisão que obriga a identificação de produtos oriundos dos territórios palestinos ocupados. Novo ataque do grupo terrorista Boko Haram, na Nigéria, tiroteio nos Estados Unidos e a predisposição do presidente Obama em restringir o acesso a armas de fogo, bem a viagem do Papa Francisco pela África, também são temas do comentário de Flávio Aguiar para a Rádio Brasil Atual.

Ouça o comentário que está aos 5  minutos e 33 segundos do audio abaixo:

Escândalo do HSBC na Suíça: Justiça do país desistiu de investigar contas suspeitas


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