A reestruturação na VISIN - Vice Presidência de Serviços e Infraestrutura trouxe à tona um velho problema desde a implantação do novo (já não tão novo) Plano de Funções do BB.
O Plano de Funções imposto arbitrariamente ao funcionários apresenta uma falha gritante nas suas premissas, já que devido à drástica redução no valor do adicional de função, muitos funcionários sobem de cargo mas tem salário reduzido. É o caso do Assistentes Júnior, antigos Assistentes B, que continuam de 8 horas ou que migraram de 8 para 6 seis horas com redução de jornada e salários.
Nos processos de reestruturação, o banco tem oferecido a esses funcionários migrar para o cargo de Assistente Operacional Pleno ou Assistente Pleno em agências. Nestes casos, os funcionário perdem a verba 226 - verba de ajuste, e o salário é reduzido, mesmo migrando para um cargo maior. Este mesmo exemplo é válido para os cargos de Analistas A e B, com seus respectivos cargos de 6 horas de jornada.
Por essas dificuldades, em todas as reestruturações, além dos funcionários serem mais prejudicados devido as mudanças e perda de cargos, muitos optam por acionarem o banco judicialmente com ações referentes a 7a e 8a horas.
Os departamentos jurídicos dos sindicatos têm sido procurados pelos funcionários para analisar ações contra o BB, uma vez que onde o banco cortou vagas nas áreas meio, a opção oferecida em agências é sempre com redução de salários, além de impedir lateralidade de cargos, devido plano de funções mal elaborado.
Os sindicatos de todo o país estão se reunindo constantemente com as unidades afetadas pela reestruturação, com outras áreas onde existem vagas que podem absorver os funcionários e tem encontrado as mesmas dificuldades de achar soluções que contemplem aos funcionários.
A Contraf já solicitou ao banco a suspensão do processo de reestruturação da VISIN devido a enormidade de problemas apresentados. O banco está resistente em alongar o prazo de início e final do VCP (verba que garante a manutenção dos salários). Foi também solicitado a permanência de funcionários em extra-quadro sem redução de salários, como já foi oferecido em reestruturação anterior.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o plano de funções foi mal elaborado, não negociado, sem pensar nos problemas e com o objetivo único de reduzir despesas. O ganho do banco com cortes de salários parece que foi o argumento principal e único da Diretoria de Pessoas ao convencer as outras áreas do BB.
“O que se vê agora é uma dificuldade enorme de realocação das pessoas nas reestruturações e ainda o aumento das ações judiciais contra o banco, faaendo crescer o passivo trabalhista. Se o banco não tem disposição de gastar um pouco mais, nos leva a crer que a reestruturação é apenas para reduzir funcionários e salários e não para melhorar processos, como tem sido anunciado", destaca.