Brasília - O ano de 2016 iniciou com grande expectativa pelos trabalhadores de lotéricas, que anseiam pela sanção do Projeto de Lei 219/2011. Aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal na última sessão ordinária antes do recesso parlamentar, o projeto prevê a obrigatoriedade da contratação de vigilantes nas casas lotéricas. As unidades são frequentemente alvo de assalto por não contarem com o mesmo aparato de segurança das agências bancárias, apesar da alta quantidade de transações bancárias realizadas e circulação de grandes quantias em dinheiro.
De autoria do deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), o projeto é uma reivindicação histórica não só dos vigilantes, mas também dos trabalhadores lotéricos, que sofrem com a constante insegurança e com o medo de abordagens violentas.
“Como um estabelecimento de circulação de valores, as lotéricas devem ter aparatos de segurança para preservar a vida, a saúde e a integridade dos trabalhadores. Muitas lotéricas não possuem sequer o vidro blindado e outras estão se adequando agora, o que torna o ambiente laboral dessas pessoas vulnerável e faz com que elas se sintam tensionadas durante todo o período que estão no trabalho”, explica a diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília, Talita Régia.
A sindicalista ainda afirma que, não raro, os trabalhadores de lotéricas sofrem abordagens truculentas que ocasionam problemas como síndrome do pânico e transtorno de ansiedade. “Querendo ou não, a presença de um vigilante inibe a ação criminosa, que não só causa danos patrimoniais como principalmente humanos”, completa a diretora do Sindicato dos Bancários.
Para o deputado Chico Vigilante, o PL 219/2011 também é uma pauta importante para os trabalhadores do setor de vigilância, uma vez que gera emprego e renda. “Desde 2011, venho batalhando para que esta Lei seja aprovada. Felizmente, a Câmara Legislativa deu um belo exemplo não só para os vigilantes e trabalhadores lotéricos que já lutavam por isso, mas principalmente para a população que fica vulnerável aos ataques quando realizam serviços financeiros em locais que não dispõem de segurança alguma”, explica o parlamentar.
“Consideramos que a aprovação desse Projeto trará muitos avanços para os trabalhadores,
clientes e usuários dos serviços prestados pelas unidades lotéricas. Entendemos que só foi possível essa vitória com base na luta da classe trabalhadora, pois o patronato que visa sempre o corte de despesas e excesso de lucros, jamais tomaria essa iniciativa. Até pouco tempo atrás, essas unidades não possuíam sequer a obrigatoriedade de ter seus valores recolhidos por carro forte”, considera o presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio e no Setor de Serviços do DF, Washington Neves.
A CUT Brasília, a Federação dos Trabalhadores no Comércio e no Setor de Serviços do DF – Fetracom, a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito da Região Centro Norte – Fetec-CUT/CN, o Sindicato dos Bancários de Brasília e o Sindicato dos Vigilantes do DF vão procurar o Governo do Distrito Federal para reforçar a necessidade de sancionar a Lei 219/2011 e mostrar compromisso com a segurança dos trabalhadores, clientes e usuários das unidades lotéricas.
Fonte: CUT Brasília