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8 de Outubro de 2020 às 07:34

Parlamento Europeu aprova resolução: política ambiental de Bolsonaro pode afetar acordo do Mercosul


Jornal GGN

A imagem do Brasil a nível mundial sofreu mais um revés nesta quarta-feira (07). O Parlamento Europeu aprovou uma resolução que exige que os países do Mercosul adotem mudanças em suas políticas ambientais, caso contrário o acordo do bloco com a União Europeia pode acabar. “O acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado tal como está”, traz a nova medida.

O acordo inclui um item que estabelece a parceria entre a cadeia de suprimentos dos países latinos com a Europa, determinando que estes produtos passem pelo mesmo controle de qualidade da produção europeia, o que exige certos padrões de sustentabilidade com o meio ambiente, como o Acordo de Paris, tratado das Nações Unidas para a redução da emissão de gases estufa.

“O acordo contém um capítulo vinculativo sobre o desenvolvimento sustentável que deve ser aplicado, implementado e totalmente avaliado, […] incluindo a implementação do Acordo de Paris sobre o clima e as respectivas normas de execução”, traz a resolução aprovada pelo Parlamento Europeu, nesta quarta.

Apesar de fazer referência a todos os países do Mercosul, a proposta que foi levada pela bancada francesa citava nominalmente o presidente Jair Bolsonaro. Nele, os parlamentares europeus mostravam “extrema preocupação com a política ambiental de Jair Bolsonaro, que vai na contramão dos compromissos firmados no Acordo de Paris, em particular no que trata do combate ao aquecimento global e proteção da biodiversidade”.

O documento aprovado excluiu o nome do presidente brasileiro, mas mantida a mesma condição ao fazer referência aos países latinos.

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Apesar da resolução aprovada pelo Parlamento Europeu não ter poder de veto do acordo da União com o Mercosul, explicita a insatisfação dos representantes políticos do bloco com a agenda ambiental do governo Bolsonaro.

Ao ser questionado, o vice-presidente Hamilton Mourão minimizou a resolução do Parlamento Europeu: “Isso é uma coisa simples, né? Levou 20 anos para ser acertado isso aí e envolve muitos interesses, tem muitos interesses aí”, disse. Segundo ele, há muito “ruído”.


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