São Paulo - O Copom se reúne nesta terça (19) e quarta-feira (20) para decidir sobre a taxa básica de juros, que atualmente está 14,25% ao ano.
A primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) pode trazer grandes preocupações para os trabalhadores. A expectativa de vários especialistas e de instituições financeiras, consultadas semanalmente pelo BC, é de elevação da Selic, em pelo menos, 0,5 ponto percentual, passando para 14,75% ao ano.
O índice real só será conhecido na quarta-feira (20), mas a tendência de aumento, ou mesmo de manutenção dos 14,25%, só amentaria a recessão e representaria um grande erro, afirma o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten. “Só mostra que foi escolhido o caminho do aprofundamento da recessão em detrimento da retomada do crescimento. Será um erro grave”, afirma.
Roberto von der Osten também destaca a apreensão da classe trabalhadora. "Os trabalhadores têm uma preocupação muito grande com a reunião do Copom, que começa amanhã. Vai ser uma decepção começar o ano aumentando a taxa Selic”, ressalta.
Aumento não combate inflação
Num momento em que o governo vem, seguidamente, cortando despesas e falando em reduzir as verbas de seus programas sociais, seria contraditória a ação do BC em aumentar a taxa de juros básica da economia. Isso só implica em aprofundamento da recessão que vem sendo apontada pelos indicadores econômicos desde o início de 2015, aponta análise da subseção do Dieese da Contraf-CUT.
A inflação oficial medida pelo IPCA alcançou, em 2015, 10,67%. Isso, por si só, já demonstra que a política econômica que vem sendo adotada não está surtindo efeito sobre a inflação, seu principal objetivo.
“A roda da economia vai parando e a desigualdade crescendo, com o orçamento do governo cada vez mais comprometido com o pagamento dos juros da dívida pública, beneficiando apenas os grandes especuladores do sistema financeiro, e prejudicando toda a sociedade brasileira”, conclui Roberto von der Osten.