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17 de Abril de 2019 às 08:43

O que está por trás do balanço da Funcef

Funcef não apresenta proposta e deixa participantes esperando posicionamento sobre a revisão do equacionamento


A proposta de revisão do equacionamento, tão esperada pelos participantes do Reg/Replan, não foi anunciada na apresentação do resultado da fundação. Perguntada sobre a revisão do equacionamento, a Funcef alegou aguardar resposta à consulta feita à Previc sobre a aplicabilidade da resolução 30 do CNPC aos planos da fundação.

“É muito importante que esse processo caminhe rápido. Com o resultado da fundação, a revisão do equacionamento é a única possibilidade de alívio para quem está carregando o peso das contribuições extraordinárias. A Funcef precisa se posicionar e não dar desculpas”, afirma a diretora de Saúde e Previdência, Fabiana Matheus.

O Resultado

 Ao divulgar o Balanço de 2018 na semana passada, a diretoria da Funcef deixou claro que, apesar de a rentabilidade estar acima do que foi estabelecido como meta para o ano, os planos de benefícios administrados pela fundação fecharam 2018 com deficit acumulado de R$ 5,2 bilhões e, portanto, não será possível reduzir as contribuições extraordinárias hoje realizadas pelos participantes do REG/REPLAN, forma Saldada e Não Saldada.

O superavit do exercício, isto é, a rentabilidade consolidada dos planos em 2018 foi de 11,08% ante meta de 8,09%, gerando resultado de R$ 1,35 bilhão. Já o deficit acumulado dos planos é de R$ 5,22 bilhões. Embora ainda negativo, o valor é R$ 1,349 bilhão inferior ao de 2017, quando o acumulado marcou R$ 6,5 bilhões.

O preço do superávit

Dados da fundação apontam que se a meta atuarial de 2018 não fosse tão baixa e estivesse mais próxima da média dos últimos 10 anos, o resultado seria bem diferente. Considerando a composição da meta, que compreende uma taxa de retorno (4,5%) somada ao INPC aferido no ano, a meta média na última década foi de 11,54%, quase 4 p.p acima da meta estabelecida para 2018. 

O superavit, portanto, é real, mas foi constituído às custas do participante. No caso do Reg/Replan, foi o aumento do déficit a equacionar e no Novo Plano e do REB, o benefício futuro foi achatado.

 

Déficit por plano

O Reg/Replan saldado continua sendo o plano mais desequilibrado, com deficit acumulado de R$ 4,43 bilhões, seguido pelo Não saldado com R$ 581 milhões a equacionar.

O Novo Plano apesar de não equacionar seu resultado negativo contabiliza déficit de R$ 208 milhões, significando redução na aposentadoria dos participantes desse plano.

 

Rentabilidade dos investimentos  

Renda fixa concentra 58,80% dos investimentos da Funcef, seguido de renda variável com 24,15%. Investimentos Estruturados, que concentram apenas 9,02% dos investimentos, apresentaram a maior valorização do período, 18%, com destaque para o Fundo de Investimentos e Participações (FIP) Barcelona e para Norte Energia (Belo Monte), segundo apresentação da Funcef.

Segundo boletim do Dieese, em Renda Variável, o Fundo Carteira Ativa II - participação na Cia Vale - foi contabilizado por R$ 6,984 bilhões ante R$ 5.462 bilhões de dezembro de 2017. O ganho foi de R$ 1,468 bilhão, valorização de 26,63%. A Vale representa 43% da carteira de renda variável consolidada.


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