Escrito por: CUT Nacional
A Central Única dos Trabalhadores vem a público repudiar mais um crime hediondo contra as mulheres como ocorrido com a jovem menor de idade moradora da zona Oeste do Rio de Janeiro, violentada por 33 estupradores.
No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos. Nós, trabalhadoras e trabalhadores da CUT, repudiamos o machismo e a misoginia que sustentam a cultura do estupro que torna todas as mulheres vulneráveis à violência.
As estatísticas mostram que, na base desta cultura da violência, a maioria das vítimas são as mulheres da classe trabalhadora: 52% das vítimas de estupro são mulheres pobres e negras.
Lamentamos que o governo golpista tenha primeiro desmontado o Ministério da Cidadania responsável pela pasta da Secretaria de Política para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos e depois tenha escolhido para a Secretaria das Mulheres uma parlamentar fundamentalista que entre outros absurdos ataca os direitos sexuais das mulheres e seus direitos reprodutivos.
Repudiamos o ataque ao SUS que amplia a precariedade do sistema público de saúde para o atendimento das vítimas de estupro.
A Central Única dos Trabalhadores convoca todos e todas cutistas a refletirem e combaterem a cultura machista internalizada na sociedade brasileira. Em nosso 12º Congresso avançamos na luta pela equidade, aprovando a paridade entre homens e mulheres nos cargos de direção de nossa central. Lutamos cotidianamente contra a violência machista que vitimiza a vida de milhares de mulheres ano a ano. Nossa luta resultou em políticas públicas concretas em defesa da mulher, como a Casa da Mulher Brasileira e o programa Mulher, Viver sem Violência.
Expressamos nossas preocupações na continuidade e fortalecimento dessas ações num governo formado por homens, brancos, ricos e sem qualquer compromisso com a luta das mulheres.
Sob a coordenação da Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, a Central Única dos Trabalhadores convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras a se unirem no combate a todas as formas de violência. É a força, a resistência e a sororidade das mulheres que juntas nos ensinam a enfrentar a cultura da violência. Não permitiremos nenhum retrocesso.
Declaramos nosso apoio ao coletivo de feministas de todo o Brasil e a elas nos unimos na campanha Vigília Feminista #EstuproNuncaMais para denunciarmos a cultura do estupro e estimular a sociedade brasileira a combatê-la em suas múltiplas dimensões.
Juntas somos fortes!