Apenas Maria Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração, votou contra a medida. A poucos dias das eleições, tudo evidencia uma corrida contra o tempo para fazer mudanças que, no próximo governo, dificultem a manutenção da Caixa 100% pública. A pretexto de reforçar a eficiência, o que Planalto e Fazenda fazem é, num momento de transição, mais uma intervenção para privatizar a gestão da empresa.
Acabar com a exclusividade dos empregados assumirem Diretorias, o que durava quase 30 anos, abre espaço para indicações político-partidárias e para o aparelhamento do banco. Em agosto, outra decisão absurda: a escolha de vice-presidentes em processo seletivo externo, por uma consultoria privada. Trata-se da destruição da carreira dos bancários e bancárias. A categoria possui qualificação acima da média do mercado. Ainda assim, são desvalorizados e jogados na incerteza do que vem pela frente.
A retomada da narrativa privatista tem afastado a Caixa dos interesses da sociedade. O que temos hoje é um banco cada vez menos social e com uma atuação mais parecida com a do setor privado. A Caixa está emprestando menos, cobrando mais nas tarifas, reduzindo o número de trabalhadores, cortando funções e precarizando as condições de trabalho. O “Compromisso com o Brasil” ficou restrito ao slogan recentemente adotado.
Contra esses e outros retrocessos, não há outra saída a não ser a mobilização permanente do movimento dos trabalhadores e da sociedade. E a escolha, nas eleições de outubro, de projetos que defendam, verdadeiramente, a manutenção da Caixa e de outras empresas públicas como protagonistas na execução de políticas públicas em favor do desenvolvimento econômico e social do país.
Fenae - Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal