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21 de Março de 2016 às 10:12

Mulheres ganham 77% do salário dos homens, diz relatório da OIT


Crédito: Ilustração

São Paulo - Segundo o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), intitulado Mulheres no Trabalho: Tendências 2016, divulgado na segunda-feira 7, as mulheres ganham 77% do salário que os homens recebem para executar o mesmo tipo de função. E por conta disso, a estimativa é de que serão necessários cerca de 70 anos para que homens e mulheres alcancem a paridade salarial.

No Brasil, o relatório aponta avanços nos últimos anos. Com programas de incentivo a microempresas, muitas mulheres obtiveram condições de abrir o próprio negócio. Hoje, no país, de acordo com a OIT, 36% delas ocupam empregos informais. Só em 2009, das 1,9 milhão de pessoas que se cadastraram no programa federal de crédito a microempreendedores, 46% eram mulheres.

Outro avanço destacado foi a mudança da legislação trabalhista que acolheu as trabalhadoras domésticas.

Porém, um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado na sexta-feira 11, pelo Ministério do Trabalho, mostra que a situação ainda é preocupante, principalmente em relação às negras. Elas não chegam a ganhar 40% do valor do salário de um branco. No geral, a mulher brasileira recebe, em média, 30% menos que os homens.

 

Bancárias

 

Os dados mais recentes do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) – divulgados em 1º de março –, revelaram que a diferença salarial entre homens e mulheres continua grande na categoria bancária. As admitidas em instituições financeiras, no mês de janeiro, ingressaram nos bancos com salário médio de R$ 3.065,92, valor que corresponde a 83,9% da remuneração média dos homens contratados no período.

Essa diferença é observada também nos rendimentos daqueles que deixam os bancos. Em janeiro, bancárias que tiveram o vínculo empregatício rompido recebiam em média R$ 5.281,06, 73,4% da remuneração dos bancários desligados no mesmo mês.

“Outro grande problema na categoria, além da diferença salarial, são as dificuldades de progressão na carreira: quanto mais altos os cargos menos mulheres. São pouquíssimas as bancárias que chegam a cargos executivos nos bancos, apesar de terem as mesmas qualificações, formação e competência”, ressalta Lucimara Malaquias, diretora do Sindicato.

 

Mundo

 

Os números apresentados pela OIT englobam 178 países e mostram que essa desigualdade acontece em todos os setores profissionais do mundo todo. O relatório aponta, ainda, que as mulheres trabalham mais horas que os homens nos setores que pagam salários mais baixos.

E apesar dos avanços em algumas regiões, as opções de emprego para elas são consideradas piores agora em comparação a 1995. Já a proporção da força de trabalho feminina permaneceu praticamente igual nos últimos 20 anos.

Essas diferenças influenciam diretamente a aposentadoria. As mulheres representam cerca de 65% das pessoas que estão na idade de ter o benefício, mas não recebem absolutamente nada.

 

Na escola

 

Tanta desigualdade começa ainda na escola. A estimativa publicada este ano pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) é de que meninas têm duas vezes menos chances de ingressar na educação formal.

Somente na África Subsaariana, a agência da ONU estima que 9,5 milhões de meninas jamais colocarão os pés em uma sala de aula. E as desigualdades de gênero, de acordo com a pesquisa, perduram até a educação superior.

 

Fonte: SEEB-SP

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