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6 de Junho de 2016 às 08:58

Muhammad Ali recebe homenagens até quarta-feira, quando será enterrado

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prestou sua homenagem ao boxeador, afirmando que ele “lutou pelo que é certo” e “tornou o mundo melhor”


Crédito: Divulgação
Muhammad Ali, que há 30 anos foi diagnosticado com Parkinson, era conhecido como "O Maior"

por Redação RBA

São Paulo – O lendário boxeador Muhammad Ali, morto neste sábado (4) aos 74 anos, receberá homenagens em várias cidades dos Estados Unidos até quarta-feira (8), quando será realizado seu enterro. Ele estava internado em um hospital de Phoenix, capital do estado norte-americano do Arizona, desde o início da semana passada, para tratar de problemas respiratórios.

As primeiras homenagens foram realizadas em sua cidade natal, Louisville, Kentucky. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prestou sua homenagem ao boxeador, afirmando que ele “lutou pelo que é certo” e “tornou o mundo melhor”. Em uma declaração assinada por Obama e sua esposa, Michelle, o presidente dos EUA afirma que a luta de Ali fora do ringue em prol de uma sociedade mais justa ajudou a população norte-americana “a se acostumar com os Estados Unidos que conhecemos hoje”.

Muhammad Ali, que há 30 anos foi diagnosticado com a doença de Parkinson, era conhecido como pelo título "O Maior" (The Greatest), por ter obtido três vezes – em 1964, 1974 e 1978 – o título de campeão mundial de pesos pesados em uma carreira de 21 anos. Ele ganhou o primeiro título mundial aos 22 anos, em 1964, em uma luta contra Sonny Liston, até então considerado um lutador praticamente invencível.

O boxeador se destacou também por lutar abertamente, com sua língua afiada, contra o racismo nos Estados Unidos, em uma época em que os atletas negros costumavam agradar a elite esportiva branca para buscar riqueza e se transformar em celebridades.

Muhammad Ali também desafiou a legitimidade da guerra do Vietnã, ao se recusar, em 1967, a se alistar no exército norte-americano em uma época em que poucos cidadãos ousavam protestar contra o serviço militar, um ato considerado de desobediência civil. Tal atitude custou caro a Muhammad Ali que foi suspenso do boxe por mais de três anos.

Em outra atitude de desafio à tradição cultural e religiosa dos Estados Unidos, o boxeador, que foi registrado com o nome de Cassius Clay em sua certidão de nascimento, mudou o nome para Muhammad Ali depois que anunciou, em 1975, a adesão ao islamismo, em um período em que parte da imprensa e agentes do FBI (a polícia federal norte-americana) consideravam a religião muçulmana como um culto destinado a destruir os Estados Unidos.

Antes de entrar no mundo das competições esportivas, o jovem Cassius Clay era um estudante pobre. Segundo sua esposa Lonnie Ali, ele lutava para conseguir ler, provavelmente porque tinha dislexia. Ele descobriu seu talento para o boxe por acaso: aos 12 anos, foi a uma delegacia de polícia para dar queixa de que sua bicicleta tinha sido roubada. Um policial convidou Cassius para se juntar a um grupo de jovens pugilistas, que treinavam em um ginásio no centro de Louisville.

Muhammad Ali foi considerado o maior esportista do século 20 pela revista Sports Illustrated e personalidade desportiva do século passado pela BBC. Ele escreveu alguns livros sobre sua carreira, entre eles, "The Greatest: minha própria história".

Confira reportagem da TVT:


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