Brasil de Fato
Uma ação organizada neste sábado (30) pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Mato Grosso do Sul, reafirmou a importância da solidariedade entre os povos do campo e da floresta. Foram doadas 300 cestas básicas e 600 mudas de árvores às comunidades indígenas Guarani Kaiowá de Dourados, cidade localizada no centro-sul do estado. A iniciativa deve beneficiar cerca de 1.200 famílias.
O isolamento social provocado pela pandemia de covid-19 tem atingido às aldeias em todo o país, principalmente pela escassez de recursos alimentares. Segundo Marina Ricardo Nunes, da coordenação estadual do MST, no Mato Grosso do Sul, as comunidades do MS têm tentado se isolar para impedir a propagação do vírus.
“As aldeias aqui do Mato Grosso do Sul estão em constante ataque, da direita, dos latifundiários, do agronegócio, das milícias, e hoje, com essa situação da covid-19, eles estão muito vulneráveis”, diz. “Eles estão fazendo todas as barreiras possíveis para que ninguém entre na aldeia. Quem vai para a cidade, vai com todo o cuidado e se possível nem vão para a cidade”, completa.
Segundo a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) somente no Mato Grosso do Sul, existem registros de 75 indígenas contaminados pelo coronavírus. Dois deles já se recuperaram e não há registros de óbitos. Ao todo, de acordo com os dados da secretaria, a pandemia já atingiu 1.252 indígenas em todo o país e vitimou 51 pessoas.
As cestas distribuídas pelo MST em Dourados contém produtos advindos da Reforma Agrária como, abóbora, batata-doce, repolho, mandioca, ovos, hortaliças, carnes, queijo, entre outros, totalizando mais de 15 itens.
“Hoje somos todos camponeses, somos povos do campo, das águas e das florestas e temos que estar juntos. Essas cestas e mudas de árvores fazem parte de uma grande ação. Outras como essa estão acontecendo no município de Dourados e no estado como um todo”, completa Nunes.