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27 de Abril de 2016 às 06:29

Movimentos preparam 1º de Maio com denúncia e 'escracho'

Manifestação no próximo domingo, no Anhangabaú, em São Paulo, terá atividade inter-religiosa, ato político e atrações culturais


Crédito: ROBERTO PARIZOTTI/CUT
Em 2015, 1º de maio da CUT reuniu milhares no Vale do Anhangabaú contra a proposta de terceirização

por Redação RBA

São Paulo – As entidades e movimentos que compõem a Frente Brasil Popular se organizam para um 1º de Maio caracterizado pela ameaça de retirada de direitos sociais e sob perspectiva de derrubada de um governo eleito de forma legítima. Em São Paulo, as atividades já começam com um "escracho" à bancada de senadores (Aloysio Nunes Ferreira e José Serra, do PSDB, e Marta Suplicy, do PMDB), para que votem contra o processo de impeachment. O principal ato do 1º de Maio está marcado para o Vale do Anhangabaú, na capital paulista, a partir das 10h do próximo domingo.

As intervenções políticas devem ocorrer depois do meio-dia, e às 14h começam os shows musicais. Estão previstas as presenças de Beth Carvalho, Martinho da Vila, Detonautas, Chico Cesar e Luana Hansen. Segundo os organizadores, também haverá feira gastronômica, entre outros serviços.

"Iremos alertar para o conjunto da classe trabalhadora e dos movimentos populares que o golpe em curso é a tentativa da direita de retornar ao poder para flexibilizar as leis trabalhistas e desconstruir tudo aquilo que foi construído com muita luta", afirma o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo. "Além de lutar pela manutenção da democracia, estamos apontando aos golpistas que não aceitaremos nenhum tipo de retrocesso", acrescenta.

Depois do Dia do Trabalho, entre 2 e 9 de maio, a Frente Brasil Popular vai realizar vários atos para pressionar os senadores paulistas contra o impeachment. “Nossa primeira meta é conseguir o voto dos senadores. E dar o recado que os movimentos sociais não aceitarão o golpe. Vamos pressionar e realizar escrachos contra o (Michel) Temer, o (Eduardo) Cunha e os senadores”, afirmou o coordenador da frente em São Paulo, Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares.

Os movimentos que compõem a frente também estão organizando um dia nacional de paralisações e greves, com travamento de vias e manifestações. E vão seguir realizando mobilizações nas periferias das cidades para informar a população sobre os objetivos dos que pretendem a mudança de governo – como flexibilização das leis trabalhistas, fim da obrigação de destinar verbas à saúde e educação e fim da política de valorização do salário mínimo.

A Frente Povo Sem Medo, liderada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), pretende realizar uma forte mobilização ainda nesta semana, com travamento de rodovias e avenidas, ocupações e manifestações, como um recado para os parlamentares que votarem a favor do impeachment. “O que precisa ficar claro é que um governo Temer não vai ter apoio popular e nem vida fácil para aprovar o seu projeto”, afirma o coordenador estadual do MTST em São Paulo, Josué Rocha.

Também haverá atividades de 1º de Maio na Praça da Sé, região central de São Paulo, com ato público a partir das 10h30. Participam o Fórum das Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Paulo, a CSP-Conlutas e a Intersindical, entre outras entidades.

A Força Sindical organizará seu evento, como sempre, na Praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital paulista. As atividades, que incluem shows e sorteio de prêmios, ocorrerá das 9h às 15h.


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