por Agência Brasil
Para homenagear os professores hoje (15), quando é comemorado o seu dia, o movimento Todos pela Educação convida os internautas a agradecer aos profissionais nas redes sociais, com a hashtag #obrigadoprofessor. O slogan da campanha é “Se tem uma lição de casa que o Brasil precisa fazer, é valorizar o bom professor”. Segundo o movimento, a ideia é estimular que todos reconheçam e valorizem o trabalho desses profissionais no dia a dia e que aproveitem a data para homenagear um ou mais professores que tenham marcado a trajetória pessoal.
Em seu site, a organização se apresenta como "um movimento (...) que tem como missão contribuir para que até 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil, o país assegure a todas as crianças e jovens educação básica de qualidade.
Para que o país ofereça uma educação de qualidade a todas as crianças e jovens, o Todos Pela Educação definiu cinco atitudes que podem ser tomadas por toda a população para acompanhar de perto a educação e ajudar no aprendizado. Valorizar o professor, profissional central no processo de ensino, o aprendizado e o conhecimento é a atitude 1 do movimento.
Diálogo
No Dia do Professor, profissionais recém-formados do Distrito Federal relatam que o diálogo foi a forma que encontraram para conquistar a confiança e o respeito dos estudantes. A professora de biologia Amanda Rodrigues e o professor de educação física Rafael Duarte começaram a dar aulas este ano, ambos no ensino fundamental. Para eles, conhecer os alunos é o segredo para uma boa relação.
“Posso estar sendo romântica, mas acho que ter carinho, se dedicar à profissão é ser um bom professor. E ser professor está muito além de chegar ali para escrever na lousa. É saber identificar se está tudo bem, até que ponto posso ir, ter um olhar diferenciado tanto para cada turma quanto para cada um”, diz Amanda.
Ela tem 24 anos, “com cara de 21”, como descreve. Desde março deste ano leciona biologia para alunos do 6º ao 9ª ano do Colégio do Sol, escola particular no Lago Norte, em Brasília. ‘Sou muito aberta, os alunos vêm conversar sobre a aula, sobre sexualidade”. A professora diz que se dedica à escola praticamente de segunda a segunda. “Sempre estou lendo, buscando coisas novas para levar a eles, procuro não ficar presa ao livro”, conta Amanda.
Com 23 anos, Rafael Duarte está na sala de aula há três meses, no 7º ano do Centro de Ensino Fundamental 03 do Gama, escola pública do Distrito Federal. “Dar aula é bem diferente do que se aprende na universidade, é mais pesado e mais difícil. A universidade não te prepara para a realidade que encontra em sala de aula”, diz. O professor busca, por meio de aulas práticas e teóricas, unir esporte com princípios como respeito e companheirismo.
Rafael, que trabalha com jovens da faixa etária de 12 a 14 anos, acredita que para uma boa aula é preciso diálogo, “e o diálogo tem que estar inserido na realidade deles. Se vamos trabalhar dança, por exemplo, tenho que buscar as músicas que eles escutam”. É também preciso ter jogo de cintura, nem sempre o que funciona em uma turma funciona na outra, acrescenta.
Na escola, os dois professores esbarraram em dificuldades que vão além da relação com os estudantes. Segundo Amanda, o currículo obrigatório restringe a criatividade e até mesmo o tempo. “Há muita coisa que desestimula. A educação é muito quadradinha”, diz. “Os professores têm muita coisa para cumprir”, observa. Ela tenta sair um pouco da rotina e, se está chato, tenta chamar a atenção dos estudantes. “Talvez por ser início de carreira”, pondera.
Rafael, que para a prática esportiva precisa de quadra, bola e outros materiais, esbarrou na falta de estrutura, coisa que não viveu no estágio. Além disso, tem o desafio de lidar com alunos munidos de smartphones e outras tecnologias. “É preciso saber usar essa tecnologia para aproximar o aluno de forma educativa”, comenta.