Para o Bradesco, a fusão com o HSBC está completa e bem-sucedida. A declaração dada aos meios de comunicação nesta semana está no mínimo equivocada ao ser confrontada com a realidade de caos nas agências, relatada por clientes e funcionários do banco, desde o dia 8 de outubro, quando foi efetuada a migração de 5 milhões de correntistas que eram do banco inglês para o Bradesco.
Enquanto os clientes reclamam falhas nas contas, inclusive para receber os salários, atraso na entrega de cartões e dificuldades em acessar a internet banking, quem paga o pato também são os funcionários. Bancários relatam que estão sem período de almoço, realizando jornadas extenuantes, muitas acima de dez horas, com sobrecarga de trabalho e vários outros problemas.
Diante do caos, a Contraf-CUT enviou ofício ao Bradesco solicitando reunião com o banco, o quanto antes, para discutir a incorporação e seus impactos. Mas ainda não houve retorno.
Carlindo Dias (Abelha), secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT e funcionário do Bradesco, ressalta que o banco está implantado a fusão ‘a toque de caixa’ e que a falta de planejamento adequado prejudica os bancários e os clientes.“Estão chegando relatos que configuram exploração, com jornadas desumanas e condições de trabalho inadequadas. E como só a pressão faz o banco compreender a situação, faremos manifestações e paralisações em todo o país denunciando o que vem acontecendo. O banco precisa entender que um processo de fusão como este não pode ser feito desta forma, levando os trabalhadores à exaustão. Aguardamos a resposta do Bradesco, sobre o nosso pedido de reunião, o quanto antes. É urgente”, reforça.
“É inadmissível que um banco do porte do Bradesco não tenha até o presente momento resolvido estes problemas. O que vem acontecendo com funcionários e clientes é um desrespeito. Queremos nos reunir com o Bradesco ainda esta semana, dependendo apenas do retorno do banco”, afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT, ex-funcionário do HSBC, atualmente no Bradesco.
Dirigentes sindicais relatam problemas encontrados em todo o país
Liliane Fiuza – diretora Sindicato de São Paulo
“Desde o início da migração está um caos. As jornadas de trabalho não estão sendo respeitadas, chegando ao cúmulo do funcionário de seis horas, dobrar a jornada, sem uma hora de almoço. Todas as agências estão com filas imensas, pois os trabalhadores não tiveram treinamento adequado, para atender clientes no sistema Bradesco, gerando inúmeras dúvidas e muita demora nos atendimentos”.
Leuver Ludolff- diretor do Sindicato do Rio de Janeiro
“Funcionários estão com sobrecarga de trabalho, gerando horas extras acima do permitido, uma verdadeira loucura. Aqui no Rio, o Sindicato já fez uma denúncia na Delegacia Regional do Trabalho, entramos em contato com o banco, que disse estar tudo normal. Lamentável”.
Sonia Araújo - diretora do Sindicato de Blumenau
“Os bancários estão entrando às sete da manhã e saindo às oito da noite em Blumenau, sem conseguir almoçar. O sistema está caindo direto, há agências sem caixas, clientes com atendimento de três horas de espera, o 0800 não funciona direito. São muitas reclamações e problemas”.
Deonisio Schmidt – secretário-geral Fetec-CUT/PR
O clima no Paraná e em Curitiba é de desespero, tanto funcionários como de clientes. As agências estão com horário estendido das 08 às 17 horas. Funcionários com muita dificuldade de uso do sistema, por falta de treinamento prévio e acesso com as centrais de apoio. A jornada chega em muitos casos a 14 horas por dia. O Sindicato de Curitiba ofereceu denúncia no MPT. Os bancários e clientes que estão chegando não merecem tal recepção”.
José Brito- secretário de Imprensa do Sindicato de Campo Grande
“O banco não se preparou de acordo com o tamanho do negócio e os funcionários acabam ficando o dia todo sem almoço e extrapolando a jornada de trabalho. O que era para ser das 8h às 17h, está indo além das 20h30. A mudança de sistema é precária, causando estresse tanto nos funcionários quanto nos clientes. O Bradesco desrespeita as leis trabalhistas fazendo alterações na jornada e nas nossas conquistas, como o plano de saúde”.
Suzana Andrade da Costa- diretora do Sindicato de Pernambuco
“Forneceram um telefone de suporte para cliente e para funcionários, ambos não conseguimos contato para resolver os problemas. O NET empresas (antigo Connect banking HSBC), nem sempre funciona conforme as instruções passadas. São muitas variáveis que impedem o cliente em acessar. No NET empresas tem muita coisa que o HSBC tinha, e o Bradesco não tem, deixando o cliente muito mais dependente”.
Euryale Brasil - secretário-geral do Sindicato de Rondônia
"Não podemos interferir nas questões administrativas do Bradesco, mas essa transição desastrosa tem gerado inúmeras situações de ataque aos direitos dos trabalhadores, como essa sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada de trabalho e até mesmo essa situação de constante pressão e estresse que pode causar o adoecimento dos trabalhadores".
Elder Fontes Perez- diretor do Sindicato da Bahia
"O bradesco estendeu o horário para o público geral, não apenas para os correntistas, isso agrava ainda mais a situação. Muita gente dentro das agências e os trabalhadores tendo que atender a várias demandas dentro de uma carga horária muito maior do que a normal. O bradesco fez tudo de forma autoritária e arbitrária, sem consultar os funcionários e sem avisar aos sindicatos. Um absurdo!"
Matéria atualizada às 16h19
Para o Bradesco, a fusão com o HSBC está completa e bem-sucedida. A declaração dada aos meios de comunicação nesta semana está no mínimo equivocada ao ser confrontada com a realidade de caos nas agências, relatada por clientes e funcionários do banco, desde o dia 8 de outubro, quando foi efetuada a migração de 5 milhões de correntistas que eram do banco inglês para o Bradesco.
Enquanto os clientes reclamam falhas nas contas, inclusive para receber os salários, atraso na entrega de cartões e dificuldades em acessar a internet banking, quem paga o pato também são os funcionários. Bancários relatam que estão sem período de almoço, realizando jornadas extenuantes, muitas acima de dez horas, com sobrecarga de trabalho e vários outros problemas.
Diante do caos, a Contraf-CUT enviou ofício ao Bradesco solicitando reunião com o banco, o quanto antes, para discutir a incorporação e seus impactos. Mas ainda não houve retorno.
Carlindo Dias (Abelha), secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT e funcionário do Bradesco, ressalta que o banco está implantado a fusão ‘a toque de caixa’ e que a falta de planejamento adequado prejudica os bancários e os clientes.“Estão chegando relatos que configuram exploração, com jornadas desumanas e condições de trabalho inadequadas. E como só a pressão faz o banco compreender a situação, faremos manifestações e paralisações em todo o país denunciando o que vem acontecendo. O banco precisa entender que um processo de fusão como este não pode ser feito desta forma, levando os trabalhadores à exaustão. Aguardamos a resposta do Bradesco, sobre o nosso pedido de reunião, o quanto antes. É urgente”, reforça.
“É inadmissível que um banco do porte do Bradesco não tenha até o presente momento resolvido estes problemas. O que vem acontecendo com funcionários e clientes é um desrespeito. Queremos nos reunir com o Bradesco ainda esta semana, dependendo apenas do retorno do banco”, afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT, ex-funcionário do HSBC, atualmente no Bradesco.
Dirigentes sindicais relatam problemas encontrados em todo o país
Liliane Fiuza – diretora Sindicato de São Paulo
“Desde o início da migração está um caos. As jornadas de trabalho não estão sendo respeitadas, chegando ao cúmulo do funcionário de seis horas, dobrar a jornada, sem uma hora de almoço. Todas as agências estão com filas imensas, pois os trabalhadores não tiveram treinamento adequado, para atender clientes no sistema Bradesco, gerando inúmeras dúvidas e muita demora nos atendimentos”.
Leuver Ludolff- diretor do Sindicato do Rio de Janeiro
“Funcionários estão com sobrecarga de trabalho, gerando horas extras acima do permitido, uma verdadeira loucura. Aqui no Rio, o Sindicato já fez uma denúncia na Delegacia Regional do Trabalho, entramos em contato com o banco, que disse estar tudo normal. Lamentável”.
Sonia Araújo - diretora do Sindicato de Blumenau
“Os bancários estão entrando às sete da manhã e saindo às oito da noite em Blumenau, sem conseguir almoçar. O sistema está caindo direto, há agências sem caixas, clientes com atendimento de três horas de espera, o 0800 não funciona direito. São muitas reclamações e problemas”.
Deonisio Schmidt – secretário-geral Fetec-CUT/PR
O clima no Paraná e em Curitiba é de desespero, tanto funcionários como de clientes. As agências estão com horário estendido das 08 às 17 horas. Funcionários com muita dificuldade de uso do sistema, por falta de treinamento prévio e acesso com as centrais de apoio. A jornada chega em muitos casos a 14 horas por dia. O Sindicato de Curitiba ofereceu denúncia no MPT. Os bancários e clientes que estão chegando não merecem tal recepção”.
José Brito- secretário de Imprensa do Sindicato de Campo Grande
“O banco não se preparou de acordo com o tamanho do negócio e os funcionários acabam ficando o dia todo sem almoço e extrapolando a jornada de trabalho. O que era para ser das 8h às 17h, está indo além das 20h30. A mudança de sistema é precária, causando estresse tanto nos funcionários quanto nos clientes. O Bradesco desrespeita as leis trabalhistas fazendo alterações na jornada e nas nossas conquistas, como o plano de saúde”.
Suzana Andrade da Costa- diretora do Sindicato de Pernambuco
“Forneceram um telefone de suporte para cliente e para funcionários, ambos não conseguimos contato para resolver os problemas. O NET empresas (antigo Connect banking HSBC), nem sempre funciona conforme as instruções passadas. São muitas variáveis que impedem o cliente em acessar. No NET empresas tem muita coisa que o HSBC tinha, e o Bradesco não tem, deixando o cliente muito mais dependente”.
Euryale Brasil - secretário-geral do Sindicato de Rondônia
"Não podemos interferir nas questões administrativas do Bradesco, mas essa transição desastrosa tem gerado inúmeras situações de ataque aos direitos dos trabalhadores, como essa sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada de trabalho e até mesmo essa situação de constante pressão e estresse que pode causar o adoecimento dos trabalhadores".
Elder Fontes Perez- diretor do Sindicato da Bahia
"O bradesco estendeu o horário para o público geral, não apenas para os correntistas, isso agrava ainda mais a situação. Muita gente dentro das agências e os trabalhadores tendo que atender a várias demandas dentro de uma carga horária muito maior do que a normal. O bradesco fez tudo de forma autoritária e arbitrária, sem consultar os funcionários e sem avisar aos sindicatos. Um absurdo!"
Matéria atualizada às 16h19