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13 de Setembro de 2016 às 14:40

Marcha dos servidores se torna grande ato por greve-geral

Protesto contra PLP 257 e PEC 241 leva 15 mil pessoas às ruas de Brasília. Falas políticas durante o ato pediram paralisação da classe trabalhadora


Crédito: Lidyane Ponciano/ CUT Brasil

Escrito por: Igor Carvalho - CUT

Nem mesmo o calor intenso impediu que 15 mil pessoas caminhassem por toda a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta terça-feira (13). A manifestação faz parte da Jornada de Lutas em Defesa da Democracia, dos Direitos e Contra o Retrocesso. O ato foi chamado para protestar contra a PEC 241 e o PLP 257, que ameaçam investimentos em serviços públicos essenciais por pelo menos duas décadas.

Foram quase três horas de caminhada. A manifestação começou no Museu Nacional e terminou no Ministério da Fazenda. Durante o ato, as lideranças dos movimentos sindical e sociais se revezaram ao microfone. Em comum, no discurso de todos, a construção da greve-geral.

Carmen Foro, vice-presidenta nacional da CUT, pediu que os movimentos não dispersem. “Temos que nos manter unidos. Essa unidade é o que nos garantirá a resistência contra os retrocessos. Será nas ruas que vamos barrar as reformas da Previdência e do Trabalho. Não há melhor ferramenta para isso do que a greve-geral”, afirmou a dirigente, que enalteceu os propósitos da marcha. “Nós estamos no caminho certo. Esse ataque aos servidores públicos é também um ataque aos serviços públicos e, consequentemente, toda a sociedade, que está acordando para os desmandos desse governo golpista. Eu sou trabalhadora rural e sei a importância de acessar serviços gratuitos e de qualidade”, encerrou.

Também reforçando os valores da unidade da classe trabalhadora, o secretário-geral adjunto da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Marizar Mansilha de Melo, pediu paralisação. “Nós viemos aqui deixar um recado importante ao Temer: a única coisa importante que esse golpista fez para os trabalhadores, foi nos unir ainda mais. Quando falamos da PEC 241 e do PL 257, não estamos apenas protegendo nossos empregos, estamos defendendo o bem estar social da população, garantindo serviços públicos de qualidade. Uma greve-geral intensificaria esse processo contra um governo golpista que quer retirar todos os nossos direitos.”

A manifestação parava diante de todos os ministérios. Na frente do Ministério da Saúde, Sandro César, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT), enviou um recado ao ministro, Ricardo Barros.

“Não vamos aceitar a destruição do maior serviço público de Saúde do mundo, o SUS. Esse governo ilegítimo não irá nos empurrar projetos que precarizem a vida do trabalhador. A união da classe trabalhadora é fundamental e vamos caminhar na direção da greve-geral”, afirmou Sandro César.

Projetos de retrocessos

A PEC 241 implementa o teto para os gastos públicos nos próximos vinte anos e irá afetar diretamente a Educação e as áreas prioritárias da Seguridade Social, ou seja, Saúde, Previdência e Assistência Social. Segundo especialistas, se o projeto for aprovado, haverá um juma redução drástica e investimentos em políticas públicas essenciais, fazendo com que programas que assistem à população sejam descaracterizados ou extintos.

Já o PLP 257 é um grande alerta que o governo de Michel Temer emite para o mercado. O projeto prevê medidas de contenção de custos que vão do arrocho salarial dos servidores públicos à privatização de empresas estatais. Caso aprovado, o texto ainda abre possibilidade para o descumprimento da política de valorização do salário mínimo


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