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4 de Novembro de 2015 às 14:50

Lucro do Itaú cresce 20,7% em um ano e corta 2.642 empregos

Resultado atingiu R$ 18,059 bilhões nos primeiros nove meses de 2015; em 12 meses, banco extinguiu 2.642 empregos - See more at: http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=13111#sthash.7VvL9GMC.dpuf


São Paulo – O Itaú teve lucro líquido recorrente de R$ 18,059 bilhões nos primeiros nove meses de 2015, resultado 20,7% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. No terceiro trimestre, o lucro líquido recorrente do banco atingiu R$ 6,117 bilhões, 12,1% maior que o do terceiro trimestre de 2014.

Mesmo com resultado tão expressivo, o Itaú segue eliminando postos de trabalho. O número de empregados da holding ao final de setembro foi de 84.490 e teve redução de 3%: corte de 2.642 postos de trabalho em doze meses. No mesmo período foram fechadas 42 agências físicas enquanto foram criadas 51 “agências digitais”. Uma política já anunciada pela direção da empresa que visa substituir o que chamam de “agências tijolo”. Também foram fechados 38 PAs (postos de atendimento) e abertos 183 novos correspondentes bancários.

“O Itaú tem todas as condições de contribuir com a geração de empregos no país. Mas ao invés disso, o maior banco privado do Brasil extingue vagas e sobrecarrega os funcionários que ficam, causando adoecimento físico e mental desses trabalhadores. Nossa luta por mais contratações no Itaú continua”, destaca a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva.

Outro item que mostra que o banco pode gerar empregos e melhorar as condições de trabalho de seus funcionários é a relação entre receita de tarifas e serviços (que atingiu R$ 22,613 bilhões em nove meses) com a despesa de pessoal (R$ 13,9 bi no mesmo período). Ou seja, só com o que arrecada em tarifas o Itaú cobre em 162,95% sua folha de pessoal. 

Em alta – O Itaú também tem altos índices de rentabilidade. O retorno recorrente anualizado sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 24,5% nos nove meses de 2015, 0,8 p.p. superior aos 12 meses anteriores. O patrimônio líquido atingiu R$ 103,4 bilhões, com crescimento de 2,6% em relação ao trimestre anterior e de 13,9% se comparado ao mesmo período em 2014.

O produto bancário, que representa as rendas das operações bancárias e de seguros, previdência e capitalização, totalizou R$ 77,230 bilhões nos nove meses de 2015, apresentando crescimento de 16,9% em relação mesmo período do ano passado.

Dívida pública – Também chama a atenção no balanço o resultado de operações com títulos e valores mobiliários (TVM) que obteve crescimento excepcional de 98%, totalizando R$ 53 bilhões nos primeiros nove meses de 2015. Esse crescimento foi influenciado tanto pelos sucessivos aumentos na taxa Selic como pelo crescimento nos índices de preços. Isso mostra que o banco continua faturando alto com os títulos da dívida pública.

Crédito – Já o crédito, que impulsionaria a economia do país, não apresenta o mesmo resultado. Ao final de nove meses, a carteira de crédito total (incluindo operações de avais, fianças e títulos privados) alcançou o saldo de R$ 590,674 bilhões, com crescimento de 4,3% em relação ao trimestre anterior e de 10,1% se comparado ao mesmo período de 2014, fortemente influenciada pela variação cambial. Desconsiderando esse efeito, a carteira de crédito teria reduzido 1,1% no trimestre e 0,4% em 12 meses.

No segmento de pessoas físicas, destaca-se o crescimento na carteira de crédito imobiliário (21,5%), carteiras de crédito consignado (25,4%), enquanto a carteira de veículos reduziu-se em 30,9% em 12 meses.

O segmento de pessoas jurídicas, excluindo-se os títulos privados, subiu 7,2% em 12 meses, sendo que a carteira de grandes empresas cresceu 9,1% e a de micros, pequenas e médias empresas 2,4% em 12 meses. Desconsiderando-se o efeito da variação cambial, a carteira de grandes empresas teria se reduzido 3,7% em relação ao trimestre anterior e reduzido 7,4% em 12 meses.

A despesa de provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceu 58% e totalizou R$ 21,330 bilhões nos nove primeiros meses do ano, e esse crescimento não se justifica pela inadimplência, que se manteve estável. O índice de inadimplência das operações vencidas acima de 90 dias manteve-se em 3,3%, apenas 0,1 ponto percentual superior aos 12 meses anteriores.


Fonte: SEEB/São Paulo - Andréa Ponte Souza


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