No dia 6 de abril, será lançado em Curitiba o livro Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos. A publicação é fruto de uma extensa pesquisa realizada pelo Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e seu lançamento acontece no Espaço Cultural e Esportivo.
Na obra estão presente artigos de advogados, médicos e especialistas de outras áreas que traçam uma análise sobre os métodos de gestão, o assédio moral e suas consequências na vida dos trabalhadores. O livro ainda contém estatísticas levantadas pelos pesquisadores junto à Justiça do Trabalho, Ministério da Saúde, INSS e dados de homologações demissões de bancários. O trabalho foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar por meio da coleta de dados de órgãos oficiais. A constatação é de que os métodos de gestão dos bancos estão levando seus trabalhadores ao adoecimento em virtude do assédio moral organizacional.
Desta mesma pesquisa resultou o movimento Vítimas do HSBC que apresenta os dados aliado a depoimentos de trabalhadores que mostram como suas vidas foram transformadas. Uma delas, por exemplo, relata a sensação de peso quando acorda para ir ao trabalho e a forma como isso afeta sua vida pessoal, com a ausência de ânimo para sair de casa, se relacionar e, por exemplo, o medo de ficar em locais públicos. Por mais que a exaustão física e mental tente convence-la a descansar, o medo das constantes ameaças de demissão que sofre quase que diariamente, a impedem de qualquer estímulo neste sentido.
O abuso em dados
O estresse e a depressão são as doenças que mais atingem os bancários. As funcionárias mulheres são as que mais sofrem: dos trabalhadores que deixaram o banco acusando problemas de saúde,62% são mulheres. Elas também representam 59% dos casos de assédio por danos morais.
Os fatos mais assustadores são sobre mortes e suicídios. Entre 2006 e 2013, houveram 7.074 mortes de bancários no Brasil. A principal causa de morte, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foi o infarto.
Outro dado que chama a atenção é o fato de que, dos trabalhadores que citaram problemas de saúde em decorrência do trabalho, a maioria não tinha histórico de afastamento por doenças, fruto do medo de iniciar o tratamento e ser demitido pelo banco.