RBA
“O Brasil já perdeu mais de 10 mil vidas e nossa democracia respira por aparelhos enquanto assistimos a manifestações negacionistas repletas de ameaças ao STF e ao Congresso Nacional, pregando o descaso com a vida e a apologia ao arbítrio e à truculência da ditadura militar”, escreveram as entidades.
Até o fechamento desta matéria, o Brasil contabilizava 12.400 mortos pela covid-19. Já os infectados eram 177.589, sem levar em conta o imenso número subnotificado pela pouca realização de testes no país.
O ato de juristas fez contraponto às mobilizações de apoio a Bolsonaro, que sempre promovem aglomerações de pessoas crentes no discurso do presidente de que a covid-19, nome da doença causada pelo novo coronavírus, “não passa de uma gripezinha”. Foi, segundo os participantes, “uma manifestação relâmpago que demanda de pontualidade militante”. Foi obrigatório o uso de máscaras e manter o distanciamento físico de 2 metros entre os ativistas.
Se, de um lado, o presidente ameaça anuncia um “churrasco para umas 30 pessoas” e, ao desmarcar, aproveita o fim de semana para um passeio de jet-ski, os juristas preferem a abordagem oposta. Durante o ato, todos em silêncio, de preto e carregando velas, em luto pelas vidas brasileiras.
“Um ato presencial e silencioso, em respeito ao nosso luto, e que apoie e cobre do Supremo e do Congresso Nacional a efetiva atuação que lhes compete neste grave momento (…) Vestidos de preto, munidos de uma vela na mão e a Constituição na outra, silenciosamente manifestamos nossa indignação com o intolerável ataque à democracia e menosprezo à vida”, afirmam.
A professora de Direito e diretora da ABJD Maria Clara Loula disse que esteve no ato “para exigir respeito à Constituição, à democracia e aos direitos humanos, prioritariamente, ao elementar direito à vida”. A manifestação ocorreu em frente ao Supremo, na Praça dos Três Poderes.