São Paulo – O Itaú costuma usar em suas peças de publicidade o slogan Isso muda o mundo, mas tudo o que ele tem feito é mudar para pior o mundo de seus trabalhadores. As péssimas condições de trabalho das agências digitais e a onda de demissões que os bancários têm enfrentado no banco motivaram um protesto do Sindicato, na quarta-feira 18, em frente a uma dessas unidades na Rua Apeninos, bairro da Aclimação.
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Segundo as denúncias recebidas pelo Sindicato, além de forçar os bancários a jornadas de trabalho abusivas, cobrar metas irreais e desrespeitar leis trabalhistas, o Itaú tem promovido demissões em agências digitais e outras áreas do banco.
“Esses funcionários são contratados com promessas de que serão gerentes e irão crescer na empresa, mas na realidade viram escravos, atendentes que têm de vender produtos a qualquer preço. Quem não alcança as metas, é jogado no olho da rua e dá espaço para outro bancário na mesma situação. O trabalhador acaba sendo descartável”, explica a dirigente sindical e funcionária do Itaú Valeka Pincovai.
Antissindical – Além das condições de trabalho e dos cortes, o banco ainda impede que o Sindicato fiscalize as agências e verifique as denúncias feitas pelos trabalhadores.
“Eles reconhecem que houve demissões, mas em número muito menor do que a realidade nos locais de trabalho indica”, afirma Valeska. “Negam que exista desrespeito a leis trabalhistas, mas não deixam a gente entrar nas agências digitais para constatar se é mentira ou não”, critica a dirigente.
Durante o ato na Aclimação, os dirigentes entregaram panfletos aos bancários. Também houve uma encenação das condições de trabalho nas agências digitais: um “papai noel” trazia, ao invés de presentes, demissões para os “itaulinos”, criticando o risco que os bancários sentem correr, de ficar desempregados pouco antes do Natal.
Fonte: SEEB/São Paulo - William De Lucca