São Paulo - A primeira reunião deste ano da Contraf-CUT, Federações e Sindicatos com a Federação Nacional de Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos (Fenacrefi) definiu, nesta quinta-feira (17), em São Paulo, os grupos de trabalho sobre PLR e Terceirização. A instalação das mesas temáticas é uma conquista da Campanha Nacional de 2015 e hoje foi dado o primeiro passo para que comecem a trabalhar.
Os grupos bipartites, formados pelos representantes dos financiários e das empresas, vão discutir um novo modelo de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e os problemas relacionados à terceirização, muito grande no setor.
A Fenacrefi ficou de passar aos representantes dos trabalhadores, nos próximos dias, uma agenda com as datas de trabalho das mesas temáticas. O dois grupos terão grande participação de federações e sindicatos de várias partes do País. Os dirigentes sindicais acreditam, que os debates irão contribuir para melhorar a qualidade de trabalho dos funcionários.
Terceirização
A Contraf-CUT estima em mais de 500 mil o número de trabalhadores que presta serviço para as financeiras, em todo o Brasil, mas na base da Fenacrefi há apenas 10 mil. “A discussão dessa mesa de terceirização é extremante importante para fazer um ‘raio x´ da realidade da categoria. Informações que serão trazidas para a mesa pelos nossos sindicatos e federações. Esperamos que a partir deste trabalho, muitos trabalhadores, que estão sem representatividade sindical, tenham seus direitos garantidos”, explicou Jair Alves dos Santos, coordenador da Comissão dos Financiários.
PLR
Em função do grande número de trabalhadores terceirizados dentro do setor, muitos direitos, como a PLR, também são prejudicados. O grupo de trabalho sobre o tema terá a função de discutir os diferentes programas de PLR dentro das instituições financeiras e de propor um modelo de melhor distribuição.
“Queremos assegurar que a distribuição da PLR seja mais justa e não beneficie somente os grandes cargos, mas todos os trabalhadores, que tanto contribuem para os elevados lucros das financeiras”, ressaltou Katlin Salles, diretora da FETEC/PR.
Para o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Carlindo Dias (Abelha), a implantação das mesas temáticas contribuem para a valorização dos financiários. “Os trabalhadores estão espalhados por várias modalidades de emprego, trabalhando em lojas, concessionárias, no varejo como um todo, muitas vezes sem ter seus direitos reconhecidos. Esperamos que com os avanços das discussões nas mesas possamos corrigir essas distorções”, concluiu o dirigente.
Durante a reunião, os representantes dos trabalhadores também reivindicaram que Campanha Salarial 2016 cumpra sua data-base, que é 1º de junho. Em 2015, como em vários anos, a financeiras aguardam a finalização da campanha dos bancários para apresentarem suas propostas. As empresas também insistem na ideia de aplicar um índice diferenciado por financeira, mas os trabalhadores reafirmaram que não concordaram com a proposta, já que pode ampliar ainda mais a terceirização no setor.
Além da Contraf-CUT, participaram do encontro: FETRAF RJ/ ESPIRITO SANTO, FETRAFI/MG , FETEC PARANÁ , FETEC SP, FETEC CENTRO NORTE E O SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE SÃO PAULO.