O Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú voltou a se reunir na tarde desta sexta-feira (9), depois de um longo período de inatividade, por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19). A videoconferência começou com a apresentação de denúncias do movimento sindical de que muitas pessoas estão recebendo apenas um salário mínimo, desde março, pois não está havendo complementação ou adiantamento de salários, nem pagamento dos vales, abonos ou PLR, previstos nas cláusulas 29 e 68 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), para os trabalhadores afastados.
O banco disse que não deve haver tratamentos diferenciados, mas que pode existir pessoas com recursos administrativos ou judiciais, os quais o banco espera o julgamento para efetuar qualquer pagamento. Ou ainda casos de trabalhadores que voltaram de licença e, em menos de 60 dias, se licenciaram novamente. Além de pessoas que tiveram encerrado esse benefício em meio a pandemia.
“Nós entendemos que este valor de um salário mínimo é um benefício e que cabe sim a complementação, prevista na cláusula 29. É um absurdo o bancário que tem seus compromissos receber apenas um salário mínimo, o que aumenta o seu endividamento pessoal”, explicou Luciana Duarte coordenadora do GT.
Os representantes dos trabalhadores apresentaram casos de que alguns funcionários, até mesmo do grupo de risco, que estão recebendo pressão para voltar ao trabalho ou que estão com equipamentos sem configurações adequadas para o trabalho remoto e também há trabalhadores que pediram equipamentos para trabalhar em casa, mas não receberam mesmo depois de 90 dias.
“Os trabalhadores que estão enquadrados no grupo de risco precisam avaliar junto aos seus médicos a possibilidade de retorno. Alguns gestores estão utilizando a portaria número 20 para pressionar os funcionários a voltarem trabalhar presencialmente. É uma temeridade que pessoas do grupo de risco voltem aos locais neste momento, em que a pandemia ainda vitimiza milhares de pessoas semanalmente”, afirmou Carlos Damarindo, membro do GT de Saúde.
O banco disse que só informou a possibilidade de retorno para quem puder e quiser e não pressionou ninguém a voltar, mas irá reforçar esta postura junto a seus gestores. O Itaú disse ainda que houve problema de entrega de equipamentos até maio. Neste processo de distribuição de equipamentos foram estabelecidos alguns critérios, por isso alguns trabalhadores demoraram mais para recebe-los. Mas, que tudo já foi resolvido em caráter geral.
Os trabalhadores reivindicam ainda a volta do debate do programa de retorno ao trabalho e a retomada da discussão do parcelamento da dívida do INSS, que já estava praticamente acertada na última reunião. O banco sugeriu que fosse marcada uma nova reunião, ainda neste mês, para encerrar as discussões sobre os dois temas.
“Cobramos urgência do banco na definição do parcelamento, haja visto que todo o debate já foi concretizado. Basta o banco trazer a redação do acordo para que as federações e os sindicatos façam a aprovação junto a categoria. Os bancários não podem sofrer com a demora do banco”, disse Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização de Empregados (COE) Itaú.
Fonte: Contraf-CUT