Diante da proposta da Fenaban, já rebaixada, de 7% de reajuste (abaixo da inflação) em 2016 e 0,5% de ganho real em 2017, o Comando Nacional dos Bancários orientou a categoria a realizar grandes assembleias de mobilização em todo o país. Os sindicatos dos bancários em vários estados estão convocando as bases para assembleias nesta segunda-feira, 3 de outubro, para debater e orientar os rumos do movimento.
A categoria está sendo convidada a participar de assembleia no fim da tarde e início da noite em vários estados. Além de insistir no reajuste rebaixado em 2016 – os representantes dos bancos reforçaram diante do Comando Nacional de Greve que não pretendem repor a inflação este ano. A proposta também não avançou na manutenção dos empregos, reivindicações de saúde e condições de trabalho. O reajuste também seria de 7%, abaixo da inflação, para o vale alimentação, vale refeição e auxílio-creche. Tais despesas, no entanto, subiram em média 14%.
A paralisação nacional chega, nesta segunda-feira, 3 de outubro, ao 28º dia, como medida necessária para garantir condições dignas de trabalho. Já foram realizadas nove rodadas de negociação, mas os banqueiros insistem na proposta de reajuste que não cobre a inflação.
“Nossa greve continua forte e indignada. Estamos lutando por dignidade e respeito, mas tivemos um dia muito difícil (sexta-feira, 30 de setembro). O assédio foi permanente, as ameaças aos grevistas foram violentas, a retirada de nosso material que avisa a população que aquele local aderiu é feita para parecer que o local não está na greve, os interditos choveram para todos os lados. A OAB Pernambuco chegou a pedir a prisão da presidenta do Sindicato de Bancários de lá. Os banqueiros tentaram de todas as formas desestruturar pessoas que lutam por seus direitos e por suas famílias. Elas não fraquejaram. Os bancários e as bancárias mais uma vez mostraram seu valor e obstinação. Continuaremos fortes na luta. Cada um de nós sabe, cada vez com mais convicção, que “Só a luta te garante!”, afirma Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, ressalta que os empregados da Caixa também aguardam o retorno das negociações com o banco. “Queremos discutir temas como a revogação do RH 184, a retomada das contratações, a manutenção da PLR Social e a Caixa 100% pública. Por isso, é fundamental ver que a mobilização está cada dia maior, pois nós, bancários, é que somos os protagonistas desse processo”, afirma.
Os bancários acumularam uma redução salarial de 9,62% desde agosto do ano passado e os bancos recusam a fazer minimamente a correção disso. Os bancos oferecem 7%, o que vai causar uma perda de 2,39%.
“E se a gente considerar que os juros do cartão de crédito, onde eles cobram 475% ao ano, subiram 43,88% só este ano acha que é uma piada a recusa em reajustar o nosso salário. Desconfiamos que é algum tipo de acordo com algum plano de ajuste fiscal deste governo. Só isto explicaria” afirma o presidente da Contraf-CUT.