São Paulo – A cada novo dia de greve, a categoria bancária reafirma sua disposição e força para luta por valorização, empregos e melhores condições de trabalho. No 29º dia de movimento, as agências da Avenida Paulista, maior centro financeiro do país, permaneceram fechadas, além de concentrações como o CA Brigadeiro, do Itaú; e o prédio do Bradesco Prime (foto).
Em São Paulo, Osasco e região, foram fechados 791 locais e trabalho com a participação de cerca de 42 mil bancários.
Na véspera da paralisação completar um mês, bancários da região da Paulista afirmaram que o momento é de aumentar a pressão sobre os banqueiros.
“Os bancos só vão melhorar a proposta se estiverem pressionados”, disse uma bancária do Bradesco. “A greve não pode recuar. É o momento de aumentar a participação. Depois não adianta reclamar”, acrescentou outro bancário do banco.
Já para uma funcionária do Banco do Brasil, o modelo de acordo de dois anos, proposto pela Fenaban (federação dos bancos), só é razoável se trouxer valorização para a categoria já em 2016. “Tem que no mínimo repor a inflação nos dois anos. Não dá para negociar o reajuste de 2017 se esse ano já temos perdas.”
Emprego – Além de valorização e melhores condições de trabalho, outra grande preocupação da categoria são os empregos. Mesmo com lucro de quase R$ 30 bi no primeiro semestre, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) eliminaram 9.104 postos de trabalho entre janeiro e agosto.
“Fica complicado pensar em acordo de dois anos. Não tenho nem como saber se ainda estarei no banco até lá”, afirmou um bancário do Bradesco. “Tem que ter aumento real esse ano. Não podem [os banqueiros] vencer pelo cansaço”.
Fonte: SEEB/São Paulo - Felipe Rousselet