A greve dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios atingiu o setor de maior receita da empresa, o chamado Corredor Comercial, a rota de encomendas, que abrange os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. 35 mil dos 50 mil trabalhadores da rota comercial aderiram à greve, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT).
Segundo estimativas da entidade, ao todo 70 mil trabalhadores (70%), principalmente dos setores operacionais e de atendimento, cruzaram os braços em adesão ao movimento grevista.
Nos demais estados do país, que não pertencem ao “Corredor Comercial”, a adesão segue forte mesmo com os ataques promovidos pela direção da empresa, que se nega a dialogar com a categoria. Ao contrário, segue reafirmando a retirada de direitos e mentindo sobre um suposto déficit em suas contas, mas balancetes da própria empresa mostram que houve lucro no último ano.
A categoria espera sensibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da sentença normativa que pode suspender a liminar dos Correios que retira a validade do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que ocasionou a retirada de 70 cláusulas de benefícios como Licença Maternidade de 180 dias, adicional de risco, auxílio para dependentes com necessidades especiais, entre outros. A retirada desses direitos impactará na redução direta de até 40% na remuneração dos trabalhadores ecetistas.
A direção dos Correios também reduziu, desde o dia 1º de agosto, mais de R$ 200,00 referentes à alimentação, o que possui grande impacto para um trabalhador que ganha o piso nacional na faixa de R$ 1.700,00.
Trabalhadores ecetistas de todo o país e seus sindicatos filiados seguem mobilizados por tempo indeterminado aguardando um posicionamento da empresa.
Ao longo da semana, sindicatos filiados seguem com diversos atos e manifestações e realizarão assembleias para avaliação da greve, em mobilização permanente em defesa da vida, direitos e empregos.
Fonte: Fentect