Na avaliação das entidades, se essa realidade se mantiver nos próximos meses, poderão ocorrer resultados acima da meta atuarial, o que não acontece desde 2013. De acordo com matéria publicada pela Reuters, a expectativa é de rentabilidade consolidada do começo do ano ainda maior, uma vez que a precificação de ações e papéis privados em suas carteiras acontece apenas no final do ano.
Na Funcef, exemplifica a reportagem, papéis da Vale, Invepar e Norte Energia representam cerca de um terço do portfólio da carteira principal. “A gente espera superar meta atuarial de 13%. A pressão nos passivos diminui um pouco”, explicou à Reuters o diretor de Investimento da Fundação, Maurício Marcelini. No principal fundo da Funcef, o retorno de ativos que respondem por cerca de 60 por cento do total, ficou ao redor de 4,5%, ante meta de 4,34%.
“Ainda é cedo para ter uma certeza, mas os números do primeiro trimestre indicam que o déficit no fundo de pensão dos empregados da Caixa é conjuntural, como temos defendido. Com a recuperação da economia, sobretudo da renda variável, será possível reverter os resultados dos últimos anos, evitando novos equacionamentos e até encerrando a contribuição extra que começou a ser paga”, diz o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
A diretora de Administração e Finanças da Federação, Fabiana Matheus, também acredita na melhora do cenário. “É fundamental que o tema Funcef seja discutido com responsabilidade e transparência. Alguns grupos têm feito terrorismo em relação ao déficit, sobretudo em momentos de disputas eleitorais, prejudicando a imagem da entidade. A solução é de médio e longo prazo, e é importante que continuemos acompanhando tudo de perto”, frisa.
Fabiana Matheus acrescenta que a preservação do Fundo de Revisão de Benefícios é uma das prioridades. “O FRB, que só existe na Funcef, garante a distribuição de até 90% do excedente à meta atuarial entre participantes e assistidos, no REG/Replan Saldado e no Novo Plano. Ou seja, se vierem os resultados acima da meta, haverá aumento nos benefícios, ao invés de devolução de metade do montante para a Caixa. De forma irresponsável, diretores eleitos em 2014 e o relatório da CPI dos Fundos de Pensão culpam o instrumento pelo déficit”, afirma.