“Sem medidas concretas da Fundação, o que temos é o crescimento constante do déficit, já é o quarto ano consecutivo. E, pior, vemos um movimento no sentido de penalizar ainda mais os participantes e assistidos, praticamente os culpando pelo desiquilíbrio das contas. Um bom exemplo foi a mudança recente na carteira de empréstimos, que trouxe aumento de juros e sistema de amortização mais oneroso. Estamos acompanhando e vamos manter todos informados a cada novidade”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
De acordo o balanço do ano passado, o déficit que precisa ser equacionado a partir de 2017 é de R$ 6 bilhões, no REG/Replan Saldado. Já na modalidade não saldada, são 929 milhões. “A Funcef já deve saber as porcentagens de desconto, mas nada divulgou até o momento. Foi marcada reunião com as entidades representativas para o dia 21 de novembro, mas ainda não sabemos o que virá. O pagamento deve começar em janeiro”, diz Fabiana Matheus, diretora de Administração e Finanças da Fenae.
Modelo equivocado
Na avaliação de Fabiana Matheus, a Funcef errou ao optar, no início deste ano, pela nova regra para equacionamento do déficit do REG/Replan Saldado. “No final de 2015, Fenae e Contraf-CUT sugeriram que os participantes fossem consultados em um plebiscito. A Fundação ignorou e decidiu, unilateralmente, pelas regras aprovadas em novembro pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Mascarou-se, digamos assim, o déficit com um plano de equacionamento mais brando para o saldado e não cobrou nada do não saldado. Agora virá a conta para valer”, afirma.