por Hylda Cavalcanti, da RBA
Brasília – Ao falar longamente pela segunda vez, há poucos minutos, antes de pegar o avião para São Paulo, onde se reunirá com integrantes do partido, o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), disse que o partido e demais legendas da base aliada do governo vão fazer uma vigília com movimentos sociais, militantes e manifestantes diversos em todos os estados do país para protestar contra a 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada esta manhã (4). E várias iniciativas serão tomadas, ao longo do dia, com o intuito de defender a democracia no país.
Florence destacou que as ações desta sexta-feira não deixam mais dúvidas de que a Lava Jato é uma operação política. “Agora caiu o manto de possível parcialidade desta operação, ela é ilegal e claramente política. Mas a democracia vencerá”, acentuou.
De acordo com o líder, a atuação observada na operação confirma a oposição existente no país a conquistas populares obtidas nos últimos anos, até porque o presidente Lula já prestou depoimentos . “Não há qualquer prova ou pista que comprove que ele possui apartamento tríplex nem terreno de qualquer sítio”, acrescentou.
Afonso Florence disse que neste momento de política nacional, a ação de condução coercitiva do ex-presidente se realizar “logo depois da divulgação dessa escrita de uma suposta delação que não está homologada –numa referência à suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral, divulgada ontem – mais uma vez evidencia a concatenação entre a natureza política e ilegal da Lava Jato com a atuação golpista contra o povo brasileiro, contra o PT e contra imagem do presidente Lula”.
O deputado afirmou ainda que o PT já diligenciou a defesa jurídica do ex-presidente e que, no campo político estabelecem o apoio geral a Lula. “Vamos defender o presidente Lula, o PT e as conquistas da população brasileira em várias ações”, frisou.
Florence, no entanto, pediu serenidade neste momento, durante as manifestações a serem feitas pelos movimentos sociais. Disse que a intenção é ir para as ruas, fazer a defesa, mas evitar confrontos violentos: “A democracia vai vencer e vamos restituir a verdade”.
O deputado também defendeu o governo da presidenta Dilma Rousseff quando perguntado sobre possível negligência do Executivo em relação à condução da Lava Jato. Ele afirmou que Dilma agiu como a presidenta de um governo republicano deveria agir, no respeito às instituições brasileiras. E evitou fazer críticas genéricas à atuação da Polícia Federal e do Ministério Público. Disse que a questão está nas mãos de um grupo de profissionais que tem agido politicamente, e não em relação às duas instituições como um todo, que possuem integrantes em todo o país.