Só até dezembro de 2015 o país registrou 1.761 casos suspeitos de microcefalia (má-formação do cérebro). Na maioria dos casos confirmados a causa, segundo o Ministério da Saúde, é o zika. A estimativa é de que ao menos 500 mil pessoas tenham sido infectadas pelo vírus este ano. No entanto, a doença muitas vezes não apresenta sintomas, o que dificulta contagem exata do número de casos.
Até o momento, o diagnóstico no sistema público de saúde é feito apenas por meio dos sintomas clínicos, já que não há um teste para a detecção. E mesmo o teste oferecido por clínicas particulares só consegue detectar o vírus até o 5º dia de sintomas.
Sintomas – Os sinais da infecção pelo zika são semelhantes aos da dengue e da chikungunya: febre, dores e manchas pelo corpo, olhos vermelhos e diminuição no número de plaquetas no sangue. Porém, o que diferencia as três enfermidades é que na dengue as dores no corpo costumam ser mais fortes, na chikungunya há fortes dores nas articulações e na zika, as manchas na pele são mais acentuadas.
Microcefalia – A má-formação do cérebro em bebês que nascem com a cabeça menor do que o considerado normal (cerca de 32 cm de circunferência) pode ser efeito de uma série de fatores como uso de substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação durante a gravidez. Mas, o grande aumento no número de casos levou à descoberta do zika vírus como mais um fator que pode levar ao problema.
As consequências da microcefalia costumam ser atraso no desenvolvimento mental, déficit intelectual, rigidez dos músculos, paralisia, convulsões, entre outros. Mas com o tratamento adequado desde os primeiros meses de vida é possível garantir qualidade de vida à criança.
Cuidados – Os três primeiros meses de gestação são considerados os mais suscetíveis em relação ao vírus, no entanto, o cuidado com o mosquito deve ocorrer durante os nove meses. O Ministério da Saúde orienta que mulheres grávidas usem repelentes e roupas que cubram braços e pernas.
> Governo federal
distribuirá repelentes a grávidas
Mas o cuidado principal é no combate ao mosquito. Para acabar com o
Aedes aegypti é necessário impedir sua reprodução limpando todo local que possa acumular água parada, onde as larvas se desenvolvem.
Os maiores focos são vasos de plantas, garrafas, pneus e caixas d’água sem tampa. Em São Paulo, as equipes de saúde poderão forçar a entrada em imóveis particulares que impedirem a visita dos agentes ou quando o proprietário não for localizado. A medida, sancionada pelo prefeito Fernando Haddad em outubro, pretende intensificar o combate ao mosquito.
Fonte: Luana Arrais - SEEB/São Paulo