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14 de Julho de 2016 às 15:25

Financiários iniciam negociações com a Fenacrefi, nesta quinta-feira (14), em São Paulo

Na ocasião, os financiários cobraram o retorno das principais reivindicações da categoria, porém, a cláusula sobre parcelamento de de férias obteve avanço


Crédito: Jaílton Garcia - Contraf-CUT
As financeiras também sinalizaram o interesse de fechar uma proposta de índice antes dos bancários

Nesta quinta-feira (14), em São Paulo, os financiários deram início às negociações com a Fenacrefi, que teve a oportunidade de avaliar a minuta da categoria, entregue no último dia 14 de junho. Na ocasião, os financiários cobraram o retorno das principais reivindicações da categoria e diante de muitas negativas, a cláusula sobre o parcelamento de férias foi a única que obteve avanço. As financeiras também sinalizaram o interesse de fechar uma proposta de índice antes dos bancários.

Para Roberto von der Osten, Presidente da Contraf-CUT, esta é a inauguração da Campanha Nacional 2016. “A Fenacrefi, a Fenaban (federação dos bancos com quem iniciaremos negociações após a 18ª Conferência Nacional em agosto), juntamente com a Fenaseg (federação das seguradoras) e a Fenadistri (federação das distribuidoras de títulos e valores) são entidades sindicais patronais filiadas à CONSIF, Confederação Nacional do Sistema Financeiro. Representam empresas do setor que mais lucrou nos últimos anos. Muito acima de todos os outros setores da economia brasileira. Nossas negociações vão apresentar uma oportunidade para que cumpram uma parte do seu papel social de distribuir renda, empregar mais e valorizar os seus empregados."

Neste segundo encontro do ano e primeira rodada de negociação, estiveram presentes, representando os trabalhadores, a Contraf-CUT e as Federações do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Centro Norte e Santos. Entre as financeiras representadas estavam a Omni, Santeli, Aymoré, Perfisa, BV, Santana, Cred-System, Itaú e Bradesco.

Na oportunidade, a Fenacrefi disse ter ficado perplexa com a pauta de reivindicações e que a mesma não condizia com a conjuntura econômica de crise.

Segundo Katlin Salles, dirigente sindical da Fetec/PR, os financiários entregaram a minuta baseada exatamente na conjuntura atual e destacou que a crise não afetou o sistema financeiro brasileiro. “Vale lembrar que a nossa pauta de reivindicações foi aprovada em maio, na 1ª Conferência Nacional dos Financiários, que reuniu os anseios dos trabalhadores e trabalhadoras do ramo de várias partes do Brasil”.

Mesa de PLR

A mesa temática sobre PLR foi criada para ser reformulado o modelo atual da CCT. Em relação a proposta apresentada pelos financiários, que consiste no adiantamento de 60% do valor fixo da PLR + 54% do salário + adicional de PLR, a Fenacrefi informou que não será viável e sinalizou continuar com o mesmo modelo, reajustado pelo índice da Campanha.

Terceirização

Sobre a criação da mesa temática de terceirização, a Fenacrefi não concordou com a instalação da mesma e argumentaram que vai aguardar os resultados da aprovação do Projeto de Lei Complementar 30/2015 (originalmente, PL 4.330, aprovado na Câmara), em tramitação no Senado, que regulamenta a terceirização irrestrita, também para as atividades-fim.

“Este projeto, se aprovado será um retrocesso, visto que a terceirização irrestrita pode adiar os concursos públicos, o que trará impactos negativos para o país”, ressaltou Katlin.

Metas Abusivas

A resposta da Fenacrefi para a cláusula das metas abusivas foi a de que é difícil regular metas e que ‘abusivas’ não existem.

Para os representantes dos trabalhadores esta resposta demonstra um contrassenso, uma vez que eles alegam queda de produção e as metas só aumentam.

Demais cláusulas específicas

Outras reivindicações dos financiários que foram ignoradas, foram sobre as cláusulas 87 e 92 da minuta, que se referem a garantia de retorno ao trabalho e garantia de salário do empregado com benefício indeferido ou alta médica da previdência.

“Os representantes dos trabalhadores vão continuar insistindo em avançar em todos os itens prioritários da minuta, que também fazem parte da CCT dos bancários”, comentou Katlin.

Abono Assiduidade

Outra reinvindicação prioritária dos trabalhadores que foi negada nesta primeira rodada de negociação se refere ao abono assiduidade. A Fenacrefi ressaltou que assiduidade é uma obrigação do trabalhador e não concorda em premiar assiduidade.

Parcelamento de Férias

A única cláusula que teve um retorno positivo foi sobre o parcelamento de férias. As financeiras ficaram de analisar a proposta com menos tempo de parcelamento e dar um retorno aos financiários durante a Campanha Nacional de 2016.

“Obtivemos muitas intransigências nas cláusulas prioritárias e apenas uma sinalização positiva sobre a questão do parcelamento de férias. Vamos reiterar nas próximas negociações para avançarmos nas nossas conquistas”, concluiu Katlin. 

Próxima reunião

As financeiras sinalizaram o interesse de fechar uma proposta de índice antes dos bancários. A próxima rodada de negociação dos financiários com a Fenacrefi será no dia 2 de agosto, em São Paulo, na sede da Fenacrefi.

Principais reivindicações dos financiários

Entre as reivindicações da Campanha Nacional 2016 estão: reajuste de 15,31%, composto pela reposição da inflação mais 5% aumento real, Piso Escritório R$ 3.777,93 (valor igual ao salário mínimo indicado pelo Dieese em maio de 2016) e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários, entre outros pontos.

Outros itens prioritários da pauta de reivindicações dos financiários estão relacionados à saúde e condições de trabalho, como o assédio moral e metas abusivas.

Fonte: Contraf-CUT


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