Representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, Fernando Neiva manifesta apoio contundente à paralisação dos bancários por melhores salários e condições dignas de trabalho, reivindicações que fazem parte da pauta de negociação da Campanha Nacional 2015.
Neiva destaca a real importância da Campanha, realizada anualmente pela categoria em todo o país. Para ele, esse é um dos principais momentos de luta para garantir e ampliar direitos dos trabalhadores.
“Um movimento do porte deste realizado por bancárias e bancários necessita de grande esforço dos representantes dos trabalhadores e, principalmente, da colaboração de toda a categoria. Esse é o principal fator para o sucesso da luta”, enfatizou Fernando Neiva.
Ele explicou, ainda, que a Campanha é um processo que envolve várias fases de discussão tanto com os trabalhadores quanto com os patrões. Neste ano, após cinco rodadas de negociação com a Fenaban e depois de mais de 40 dias de espera por uma proposta decente dos patrões, a categoria decidiu entrar em greve.
“A decisão do Comando Nacional de optar pela greve é legítima e corretíssima. A paralisação dos serviços é um instrumento democrático que deve ser usado, justamente, quando se esgotam as outras formas de diálogo. A Constituição Federal dá esse direito ao trabalhador para resguardá-lo de possíveis abusos advindos das relações trabalhistas.”
Proposta da Fenaban
A decisão pela greve por tempo indeterminado só ocorreu após a proposta vergonhosa da Fenaban, de apenas 5,5% de reajuste e abono de R$ 2.500. O reajuste proposto representa uma perda de 4% não somente nos salários, mas também em relação às contribuições previdenciárias, aos vales e ao piso da categoria.
Proposta dos bancários
Os bancários querem reajuste de 16%, com piso de R$ 3.299,66 e Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82. A categoria também reivindica vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 788 cada.
Além de reajustes econômicos, as reivindicações envolvem melhorias nas condições de trabalho e segurança, mais contratações em bancos públicos e estabilidade de cinco anos para trabalhadores de bancos privados incorporados.
A Caixa, ressalta Neiva, não está repondo o quantitativo de pessoal que está se aposentando. Segundo ele, o banco tem que cumprir o ACT 2014/2015 em que se comprometeu a contratar 2 mil novos empregados. “À época da negociação, havia 101 mil trabalhadores na empresa. Portanto, o banco tem até dezembro para chegar aos 103 mil. Isso sem contar que a Caixa é o maior agente de políticas públicas, o que acaba aumentando a demanda nas unidades e gerando mais sobrecarga de trabalho.”
SEEB/Brasília - Da Redação